Posição deve ser de alerta, diz Temporão

Declaração foi feita um dia após Lula minimizar os riscos do vírus A(H1N1)

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Por Ligia Formenti e BRASÍLIA
Atualização:

Na contramão do otimismo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou ontem que a atitude do governo em relação à gripe suína deve ser de alerta. As declarações foram dadas um dia depois de o presidente afirmar que a doença era grave, mas não do tamanho "que se vendeu". Temporão, que participou de audiência pública no Senado para discutir as providências tomadas diante da ameaça de pandemia, procurou por várias vezes mostrar que seria precipitado fazer qualquer avaliação. "A doença é nova. É cedo para que se possa fazer previsões refinadas sobre o que pode ocorrer." No boletim divulgado ontem, havia no País 32 casos suspeitos, 29 em monitoramento e 8 confirmados. Para o ministro, a situação epidemiológica da doença no País se mantém: transmissão limitada, não sustentada. Ele observou que a letalidade da doença, que no início dos casos girava em torno dos 6% agora não ultrapassa 1,1%. "Ao contrário de algumas semanas atrás, a maioria das pessoas que entra em contato com o vírus, apresenta um quadro relativamente leve. São poucas as pessoas que evoluíram para um complicação com pneumonia ou um quadro mais grave", disse. Ele ressaltou, porém, que não há nada que garanta que, dentro de dois ou três meses o padrão ainda seja o mesmo. "Por isso é preciso prudência. Essa é a postura do governo. Temporão criticou as declarações feitas semana passada, sobre o risco do País apresentar aumento significativo de casos com a chegada do inverno. "É ruim usar turbante e uma bolinha de cristal. Saúde pública se faz com fatos e estudos científicos. O importante é que o País está preparado."

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