Polícia identifica suspeita de trote violento no interior

Mais 2 casos são registrados em Santa Fé; calouros teriam sido obrigados a abaixar as calças em Catanduva

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Por Chico Siqueira e ARAÇATUBA
Atualização:

A Polícia Civil de Santa Fé do Sul (SP) identificou a universitária que teria despejado o produto químico que queimou duas calouras, uma delas grávida, em trote da Fundação Municipal de Educação e Cultura (Funec), na segunda-feira. O delegado Gervásio Fávaro, que apura o caso, não divulgou o nome da aluna. Disse que só vai ouvi-la no final do inquérito e, possivelmente, ela será indiciada por lesão corporal dolosa. Dê sua opinião e deixe seu depoimento sobre trotes universitários Segundo Fávaro, além de Priscila Vieira Muniz, de 18 anos, grávida de três meses, e de Jéssica da Silva Rezende, de 17, pelos menos outras duas pessoas teriam sido atingidas pela universitária. Uma delas é o estudante Adrian Carlos da Silva, que teve a barriga queimada. O delegado vai ouvir outra vítima, uma estudante que mora em Aparecida do Taboado (MS) e estuda em Santa Fé. "Ela também foi atacada. Na verdade não sabemos quantas pessoas foram vítimas", disse. "Estamos entrando em contato com essas pessoas para que façam denúncia formal." Jéssica e Priscila prestaram depoimento ontem. As duas confirmaram as versões apresentadas à imprensa. Priscila disse que foi atacada por uma estudante do segundo ano de Pedagogia a saída da fundação; Jéssica afirmou não ter visto a agressora e ter sido atacada quando descia a rampa da instituição. A polícia informou que o produto continha creolina, solvente e desinfetante, mas o frasco não foi apreendido. Priscila também passou ontem por exame de ultrassonografia para verificar o estado de saúde de seu bebê. "Ele estava dormindo, mas sabemos que nada aconteceu a ele", disse. Os médicos não souberam dizer se as grandes manchas, provocadas pelas queimaduras nas costas, coxas, cotovelos e nádegas, vão desaparecer. A Funec fez novo pronunciamento ontem, informando que abriu processo administrativo para apurar a responsabilidade e punir os culpados. Ao mesmo tempo, diz a nota, a fundação vai acompanhar o desenrolar do inquérito para aplicar penas cabíveis. Em Catanduva, calouros de uma faculdade teriam sido obrigados a abaixar as calças num viaduto da cidade. O procurador Jéferson Aparecido Dias, de São José do Rio Preto, quer ter acesso às imagens, divulgadas pela internet. Ele disse que as instituições são responsáveis pelos trotes e deveriam estar mais atentas para evitá-los. Dias afirmou que espera as informações do trote em Catanduva para decidir se o Ministério Público Federal abrirá ou não procedimento.

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