Planos querem reajuste de 10% já

Operadoras reagem à medida da ANS que ampliou procedimentos

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Por Redação
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As operadoras de planos de saúde querem que o reajuste anual de 2008, que será definido em maio pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), já reflita o aumento de custos causado pela entrada em vigor do novo rol de procedimentos, no dia 2 de abril. A ANS, por meio de sua assessoria, descartou essa possibilidade, reafirmando que qualquer repasse do impacto de implementação do novo rol ao consumidor só acontecerá em 2009. Segundo a Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde), entidade que representa as operadoras de planos de saúde suplementar, estudos internos das empresas estimam que o aumento de custo deve ser de 6% a 10%. "Há uma dificuldade de estimar o impacto exato, mas não há dúvida de que haverá um aumento de custo", disse a diretora da Fenasaúde, Solange Beatriz Ramos. Segundo ela, as operadoras temem que haja uma corrida desenfreada pelos novos procedimentos - especialmente os de planejamento familiar - assim que o rol entre em vigor. Ela participou ontem da reunião da Câmara de Saúde Suplementar, num hotel da zona sul do Rio. Além do diretor-presidente da ANS, Fausto Pereira dos Santos, estiveram presentes representantes de empresas, órgãos de defesa do consumidor e do Conselho Federal de Medicina. A discussão de como e quando seria feito o repasse dos custos dos novos procedimentos provocou momentos de tensão. A ANS argumenta que muitos planos de saúde individuais e a maioria dos coletivos já oferecem boa parte dos itens que passam a ser obrigatórios. O reajuste anual é divulgado em maio e a agência acha que terá pouco tempo para analisar o impacto no custo das operadoras. "O consumidor consciente sabe que não existe ganho em qualidade sem aumento de preço", afirmou a diretora da Fenasaúde. Com a polêmica, a apresentação do cronograma de implantação da portabilidade - direito de o consumidor mudar de plano levando consigo as carências já cumpridas, acabou em segundo plano. As operadoras não questionaram o plano de ação do governo, que dividiu em quatro etapas a implementação da portabilidade, que entraria em vigor no início de 2009.

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