PUBLICIDADE

Para professores, alteração não fará diferença para bom aluno

Prova não favorecerá nem prejudicará candidatos bem preparados, dizem

Por Simone Iwasso e Ana Bizzotto
Atualização:

Na avaliação de professores, as alterações no vestibular da Fuvest farão pouca diferença para os candidatos bem preparados; além disso, poderão facilitar os estudos de quem pretende prestar as outras duas universidades estaduais paulistas, Unicamp e Unesp, além do novo Enem. Isso porque as provas estão ficando parecidas. "Está havendo uma convergência dos grandes vestibulares na preocupação de avaliar competências e habilidades junto com o conteúdo. Para o aluno isso é melhor, e o preparo dele para esses exames continuará o mesmo", diz Edmilson Motta, coordenador-geral do Etapa. "A prova vai continuar selecionando os melhores alunos, vai continuar sendo muito eficiente na avaliação das competências básicas e do conteúdo exigido", complementa Nicolau Marmo, coordenador do Anglo. A coordenadora do Objetivo, Vera Antunes, também defende o exame. "A USP e as outras estaduais têm aprimorado suas provas para selecionar alunos que estejam realmente preparados para fazer uma boa universidade, com questões que avaliam o raciocínio." Para Adilson Garcia, diretor adjunto do Colégio Vértice, o bom aluno já está preparado tanto para questões de múltipla escolha quanto para as dissertativas, sendo capaz de responder a perguntas de todas as disciplinas. Ele ressalta que a mudança exigirá mais daquele candidato treinado apenas para testes. "O aluno que é bem preparado, que está se dedicando para concorrer a um curso disputado, consegue fazer qualquer prova que seja bem feita." A análise é similar à de Edson Keller, coordenador do ensino médio do Colégio Pentágono. "Não fará diferença para o bom aluno. Acredito que teremos apenas de reforçar o conteúdo de todas as disciplinas para a segunda fase. Hoje, o estudante que presta Letras, por exemplo, abandona um pouco física e matemática", afirma. "O mesmo acontece com o aluno que quer a Politécnica. Ele precisará estudar mais as disciplinas de humanidades." No segundo ano de cursinho para tentar vaga em Engenharia da Computação, Amanda dos Santos Matos, formada em escola pública, não gostou das mudanças. Meu forte é a área de exatas, mas estou disposta a fazer todas as provas." Bruna Fernandes, que vai tentar Medicina na USP pela segunda vez, discorda. "Acho bom não contar os pontos na segunda fase, porque dessa forma quem não se saiu tão bem em uma das provas da primeira fase tem a chance de ir bem na segunda." ESCOLAS PÚBLICAS A porcentagem dos estudantes de escolas públicas que foram aprovados na USP neste ano aumentou para 30,1% depois de todas as chamadas. Apenas com a informação da primeira lista de convocados, o índice era de 29,2%. No ano passado, cerca de 120 mil estudantes participaram da Fuvest, que oferecia 10.557 vagas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.