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Para Mangabeira, floresta não é parque

No programa ?Bom Dia Ministro?, ele defendeu crescimento como prioridade

Por Tania Monteiro e BRASÍLIA
Atualização:

O ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Roberto Mangabeira Unger, defendeu ontem que se encontre "um modelo de desenvolvimento na Amazônia que nos permita crescer sem depredar a natureza". Mas avisou que, "se o Brasil tiver de escolher entre ambientalismo e desenvolvimento, escolherá desenvolvimento, e qualquer País faria essa escolha". O ministro classificou a Amazônia como "um grande e privilegiado laboratório para esse experimento nacional". Mangabeira falou sobre sua idéia de futuro da Amazônia no programa semanal de rádio Bom Dia, Ministro. "Há duas idéias inaceitáveis a respeito do futuro da Amazônia que predominam no País hoje: uma delas é que a Amazônia deve virar um parque para benefício e deleite da humanidade, e outra que deve ser aberta às forças inexoráveis de uma produção predatória e ser desmatada para dar lugar à soja e à pecuária", disse. "Precisamos de um grande projeto de zoneamento econômico e ecológico que tenha como pressuposto a construção de estratégias econômicas distintas para diferentes partes da Amazônia", declarou o ministro, afirmando que é preciso "ter uma estratégia para a Amazônia já desmatada e outra para a que não foi desmatada". Para o ministro, é preciso "organizar o manejo controlável e sustentável que assegure que a floresta em pé vale (sic) mais do que a floresta derrubada". Depois de lembrar que a Amazônia representa um terço do território brasileiro, ele disse que "há um descompasso perigoso entre o fervor do ambientalismo e o relativo centrismo das idéias econômicas". Foi a primeira participação do ministro no programa, onde foi entrevistado por jornalistas de todo o País.

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