País vai produzir cristal de insulina

Acordo para fabricação do produto, usado para tratar diabete, reduzirá custos de medicamento importado

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Por Ligia Formenti e BRASÍLIA
Atualização:

Acordo entre as empresas Biomm e União Química permitirá que o País produza cristais de insulina, matéria-prima do hormônio usado no tratamento de pacientes com diabete. Anunciado ontem por representantes da empresa ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o trato prevê a construção de uma unidade próxima do laboratório da União Química, inaugurado no Distrito Federal. A expectativa é de que a produção comece em dois anos. Atualmente, a insulina movimenta cerca de R$ 350 milhões anuais no País. Este ano, os gasto público com o produto está previsto em R$ 69 milhões, o suficiente para a compra de 12,6 milhões de frascos. O presidente do Conselho Administrativo da Biomm, Guilherme Emrich, acredita que o preço do produto nacional será já mais baixo. Para construir a nova unidade, serão necessários cerca de R$ 150 milhões. A União Química deverá requisitar um empréstimo ao BNDES. Emrich, no entanto, não quis informar qual seria o valor do pedido de empréstimo. "A medida reduzirá a dependência brasileira de tecnologia", afirmou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que participou do encontro da indústria com o presidente Lula. Temporão há tempos defende a ampliação do complexo industrial da saúde brasileiro. Para ele, essa é uma medida essencial para tentar reduzir o déficit comercial na área. Ano passado, o volume de recursos usados para a compra de produtos e medicamentos foi de R$ 7 bilhões a mais do que a renda obtida pela venda de produtos brasileiros no Exterior. Emrich afirmou que a produção de insulina será suficiente para abastecer o mercado: 800 quilos anuais. E num segundo momento, a produção poderá ser destinada também para exportação. A Biomm também concedeu o direito de produção de matéria-prima de insulina para Arábia Saudita, que deverá começar a produzir em um ano.

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