Ordem judicial justifica a PM na USP, diz Serra

Em nota, reitoria lamenta ?ação isolada de um grupo radical?, com ?cenas inadmissíveis? em uma universidade

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Por Alexandre Gonçalves , Ana Bizzotto e Sílvia Amorim e
Atualização:

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disse ontem à tarde, antes do confronto, que a presença da Polícia Militar (PM) na USP se deve a uma ordem judicial. "A reitora pediu segurança e o governo não tem outra alternativa a não ser manter a PM lá", disse Serra após inaugurar um ambulatório na zona sul da capital. Um grupo de sete estudantes da USP protestou em frente à unidade com faixas pedindo a saída de policiais da universidade. Depois do confronto da polícia com os manifestantes, Serra não se pronunciou sobre o tema. Veja notícias e fotografias do confronto Após o episódio, o secretário-chefe da Casa Civil do governo estadual, Aloysio Nunes Ferreira Filho, reafirmou a justificativa apresentada pelo governador. "A PM cumpriu ordem judicial requisitada pela reitora para manter o livre acesso das dependências da universidade à grande maioria das pessoas que querem estudar, trabalhar e ensinar", disse Ferreira Filho. A reitoria da USP emitiu uma nota em que lamenta "que a ação isolada de um grupo radical de manifestantes tenha provocado o confronto, (...) resultando em cenas inadmissíveis dentro do ambiente universitário". O texto reitera que a presença da polícia no câmpus decorre do processo para desobstrução da entrada de oito edifícios da universidade. Os secretários do Ensino Superior, Carlos Vogt, e da Educação, Paulo Renato Souza, preferiram não comentar. "Sou secretário de educação. Aqui no Estado de São Paulo as universidades não estão na jurisdição da Secretaria de Educação", disse Paulo Renato durante debate realizado pelo Estado na segunda-feira. "Se eu fosse um simples deputado, daria minha opinião. Mas como secretário de Estado de uma área, não posso dar opinião sobre temas afeitos a outra área e especialmente a uma instituição que tem autonomia universitária." A Polícia Militar também divulgou uma nota. O documento afirma que "a PM acompanhava as manifestações (...) no momento em que uma guarnição foi cercada por manifestantes, os quais, de mãos dadas, isolaram policiais militares ao centro, de forma ameaçadora e hostil. Houve a necessidade de intervenção da tropa, com a utilização de equipamentos não letais". O texto conclui dizendo que "a atuação de um pequeno grupo (...), de maneira desordeira e antidemocrática, atenta contra a liberdade de trabalho e depõe contra a finalidade social da USP". O secretário de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, afirmou ontem à noite que a PM permanecia no câmpus para garantir o cumprimento da ordem judicial, mas a situação já estava tranquila. A União Nacional dos Estudantes (UNE) condenou a ação no câmpus. "Organizados em um ato pacífico, os manifestantes reivindicavam a saída da PM da universidade, presente no câmpus desde a semana passada", afirma o texto da nota, que também critica a ausência de eleição direta e paritária para a reitoria da universidade. RAIO X Números: A USP tem cerca de 5 mil professores, 15 mil funcionários e 86 mil alunos distribuídos em 234 cursos de graduação em 80 unidades Adesão: As aulas têm sido ministradas normalmente e apenas parte dos funcionários está em greve - cerca de 10% segundo a reitoria, mais de 70%, segundo o sindicato. Alguns avaliam que a presença da PM tem servido para acirrar ânimos

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