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Observado age de modo menos egoísta

Pesquisadores associam altruísmo à percepção de ser monitorado

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Por Redação
Atualização:

Ao saberem que estão sendo observadas, as pessoas se comportam de maneira menos egoísta, revela um estudo publicado hoje pela revista Science. Pesquisas anteriores já haviam apontado que, quando a reputação está em jogo, tanto animais quanto humanos tendem a mostrar-se mais desinteressadamente preocupados pelos outros, tão-somente porque tal comportamento é mais socialmente valorizado. Um novo estudo conduzido pelos pesquisadores Manfred Milinski, do Instituto Max-Planck de Biologia Evolutiva em Plön, e Bettina Rockenbach, da Universidade de Erfurt, ambas instituições na Alemanha, demonstrou que, assim como o fator reputação estimula gestos não egoístas, também influi decisivamente na adoção de comportamentos altruístas a informação de que alguém está observando os supostos atos desinteressados de zelo pelo bem-estar alheio. OLHOS VERSUS FLORES Uma simples imagem de um par de olhos estampada na tela de um computador, por exemplo, basta para alterar o comportamento de uma pessoa, afirmam os pesquisadores alemães. Da mesma forma, a imagem do par de olhos em uma caixa de coleta de donativos faz as pessoas que se aproximam serem mais generosas do que se a ilustração escolhida for, por exemplo, o singelo símbolo de uma flor. Milinski e Rockenbach descobriram que o cérebro humano está na realidade "programado" para reagir dessa forma. Eles demonstraram que também animais, não só mamíferos, mas também pássaros e alguns peixes, mudam de comportamento se têm a percepção de que estão sendo observados. "Espionar os outros é algo disseminado entre animais e humanos", escrevem Milinsky e Rockenbach em seu artigo na Science. "Ao bisbilhotar a vida social uns dos outros, podem equacionar como se comportar em futuros encontros (...) Então, não é surpresa que tentem enganar observadores comportando-se como querem ser vistos para assegurar ganhos futuros."

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