Obama diz que será líder em acordo sobre o clima

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Por Jamil Chade e PRAGA
Atualização:

O presidente americano Barack Obama disse ontem que os Estados Unidos estão prontos para liderar as negociações do novo acordo climático que vai substituir o Protocolo de Kyoto. Com isso, consolidou mais uma quebra radical com a política de seu antecessor, George W. Bush. Obama, porém, foi alertado por seus colegas europeus que não bastará boa-vontade, e que só compromissos concretos por parte dos EUA poderão convencer os países emergentes (Brasil, Índia e China) a aceitar, também, metas de redução de emissões. O presidente americano não indicou como esperava cortar as emissões de seu país, mas foi explícito em seu compromisso político e fez um mea-culpa em relação ao atraso americano na luta contra o aquecimento global. "Para proteger nosso planeta, chegou o momento de mudar a forma que usamos a energia", disse Obama, durante cúpula entre americanos e europeus em Praga, na República Checa. "Peço a todos os países que façam a sua parte. Eu prometo a vocês que, nesse esforço global, os Estados Unidos, agora, estão prontos para liderar." A esperança é de que o sinal convença os países emergentes a também se comprometerem com metas no próximo acordo climático, que deverá ser concluído no fim do ano, em Copenhague. Na avaliação de Washington e Bruxelas, o acordo só terá relevância se os países emergentes também aceitarem fazer cortes drásticos em suas emissões de gases-estufa. "Eu disse claramente ao sr. Obama que, se os EUA não mostrarem um compromisso, será difícil convencer os países emergentes a mudarem suas posturas", disse o presidente da Comissão Europeia, Jose Manuel Barroso, respondendo a pergunta do Estado. "Os americanos são os maiores emissores do mundo. Se não derem o exemplo, outros países não virão para a mesa de negociações."

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