PUBLICIDADE

Número de doadores cresce 15% no País

Apesar disso, quantidade voltou ao que era registrado em 2004

Por Karina Toledo
Atualização:

O número de doadores de órgãos e tecidos no País cresceu 15% no último ano, segundo dados divulgados ontem pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). Mas, como houve queda nos anos de 2005, 2006 e na primeira metade de 2007, o avanço simplesmente recoloca o Brasil no patamar de 2004. Naquele ano, foram registrados 1.232 doadores efetivos, com índice de 7,3 por milhão da população (ppm). Em 2007, o número foi de 1.150 (6,2 ppm) e, em 2008, 1.317 (7,2 ppm). "Houve um apagão nos transplantes em 2005 e 2006", diz o presidente da ABTO, Valter Duro Garcia. "Foi um desestímulo geral. Os vários envolvidos no sistema não se empenharam como deveriam, tanto o Ministério da Saúde como as centrais estaduais e as equipes de transplantes. Até nós da ABTO poderíamos ter feito mais." A recuperação começou no segundo semestre de 2007, conta Garcia, graças à realização de campanhas pelo governo federal e ao trabalho de capacitação de profissionais da saúde pelas centrais de diversos Estados. "O efeito Eloá também teve um impacto significativo em 2008", afirma Garcia referindo-se ao caso da adolescente morta pelo ex-namorado em outubro do ano passado. A média de doações mensais depois que a família de Eloá decidiu doar os órgãos da menina aumentou 51% no País. Em relação ao número de transplantes de órgãos realizados em 2008, a ABTO divulgou dados diferentes daqueles apresentados anteontem pelo Ministério da Saúde. Segundo o governo federal, foram feitas 3.154 cirurgias de rim, 1.110 de fígado, 205 de coração, 43 de pâncreas e 53 de pulmão. Para ABTO foram, respectivamente, 3.780, 1.174, 200, 166 e 53. Garcia diz que a discrepância é explicada pelo uso de metodologia de contagem e fontes diferentes. "O Ministério usa dados das centrais estaduais e nós pegamos os números com as equipes de transplantes. Isso nos dá dados mais precisos em relação ao número de doadores vivos."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.