Novo instituto será adaptado

Ex-Hospital Dr. Arnaldo terá ajustes para atender pacientes com câncer; equipamentos de obstetrícia vão para o HC

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Por Emilio Sant'Anna
Atualização:

Neste mês, o governador José Serra anunciou novos planos para o ex-Instituto Doutor Arnaldo (IDA). O prédio de 23 andares, a um quarteirão do Hospital das Clínicas, - que espera fechado o dia em que receberá seu primeiro paciente - se transformou em Instituto de Oncologia de São Paulo Octavio Frias de Oliveira. O que seria um hospital dedicado à saúde da mulher, será agora o maior centro oncológico do mundo em número de leitos, com 582. Desses, 122 serão reservados para câncer feminino. De acordo com o secretário de Estado da Saúde Luiz Roberto Barradas Barata, o hospital atenderá cerca de 30% dos novos casos de câncer de mama da cidade de São Paulo. A inauguração ainda não tem data definida, mas deve ocorrer no primeiro semestre de 2008, com a assinatura do convênio com a Fundação Faculdade de Medicina da USP. O hospital se transformou em um problema para essa gestão? Não vejo como um problema. Será um benefício para o Estado ter um grande hospital de câncer como já tem na área da cardiologia. Qual o motivo da mudança? A população está envelhecendo, cada vez temos um número maior de casos de câncer. O Estado de São Paulo tem dois hospitais para cardiologia, o Instituto do Coração (Incor) e o Dante Pazzanese, mas não tem um centro exclusivamente oncológico. Quando o governador Mário Covas teve câncer, por exemplo, ficou internado no Incor. Esse já era um projeto do governo estadual ou surgiu como uma solução para o IDA? Isso surgiu mais recentemente. Uma parte do antigo projeto do IDA seria destinada ao tratamento do câncer. Como o hospital será vinculado e gerenciado pelo Hospital das Clínicas, será também um centro de formação de profissionais. Qual o destino dos equipamentos que já foram comprados? Eles serão transferidos para a área de obstetrícia do HC. Os professores dessa área iriam atravessar a rua e trabalhar no novo hospital, agora vamos levar esses equipamentos para o HC. No próximo ano, o governo do Estado fará um investimento para reformar e ampliar essa área no Instituto Central. Como a Fundação Faculdade de Medicina da USP e os médicos ligados ao antigo projeto receberam essa proposta? A fundação recebeu bem, porque é uma demanda real. A saúde da mulher será contemplada, pois 122 leitos serão destinados para casos como câncer de mama e de colo uterino. Mesmo sem estar inaugurado, o prédio terá que ser reformado para atender o novo projeto? As acomodações de um hospital de oncologia são iguais a de outros hospitais. A única coisa que não deverá ser aproveitada é a parte de obstetrícia e neonatologia, em que os quartos são menores. Nessa área, vamos fazer uma adaptação. O que terá que ser feito é a aquisição de mais equipamentos para o tratamento do câncer. O projeto estava dimensionado para ter dois equipamentos para a radioterapia, teremos que comprar mais dois ou três. Como fica o treinamento dos profissionais que estava sendo feito? Existem novos profissionais capacitados? No momento nós não temos. Agora estamos planejando quantas pessoas serão contratadas via Fundação Faculdade de Medicina, que já concordou em ser a gerenciadora do hospital. Como será o contrato de gestão? Não será uma Organização Social de Saúde (OSS). Mas terá um contrato de gestão semelhante, com metas de produção. É nisso que estamos trabalhando no momento. Em outubro, o pronto-socorro do HC adotou o atendimento referenciado. Qual a sua avaliação da mudança? A situação melhorou muito. Se ainda não está no nível ideal, está próximo disso. Melhoramos muito o excesso de demanda do hospital e o tempo de espera.

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