Novo Enem terá 4 tipos de adesão

MEC cede outra vez a universidades federais e reduz impacto de proposta

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Por Lisandra Paraguassu
Atualização:

O Ministério da Educação (MEC) cedeu e abriu o leque das formas de adesão à proposta de vestibular unificado. Agora, as universidades federais poderão usar a nota do novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) praticamente do modo que quiserem, o que diminuirá a extensão da unificação e o impacto do programa. Na prática, o ?super-Enem? foi desidratado. No entanto, poderá aumentar o número de instituições participantes já este ano. São três novas formas de uso do novo Enem, todas propostas pelos reitores, além da já apresentada pelo MEC. Na ideia original, as instituições aderem ao Enem como etapa única do vestibular e, ao mesmo tempo, ao Sistema de Seleção Unificado (SSU). Com isso, o estudante faz só uma prova e, com a nota, escolhe cinco cursos em até cinco instituições diferentes para se candidatar. As novas alternativas preveem que o uso do Enem seja apenas parcial. Na primeira delas, a universidade usa a prova como uma primeira etapa do vestibular e depois faz uma segunda fase local, com uma prova realizada pela própria instituição. A segunda proposta é atualmente a mais comum nas cerca de 13 federais que usam o Enem: a nota do exame nacional é somada como pontos extras no resultado do vestibular. A terceira alternativa é a mais distante da proposta do MEC. Algumas instituições querem usar o Enem apenas para selecionar alunos para as vagas que sobram do seu vestibular tradicional. Esse é o esquema usado hoje pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre - uma das instituições que devem usar o Enem como prova única. As universidades também poderão usar um tipo de seleção para alguns cursos e outro para os demais. "Há duas maneiras de conseguir essa unificação. Uma delas é impositiva, por ato do Congresso Nacional. Eu não acho que esse seja o melhor caminho", disse o ministro da Educação, Fernando Haddad. "Aquelas instituições que entenderem que podem dar um passo mais ousado em virtude da sua confiabilidade, da sua maturidade, darão. As que não se sentem seguras poderão usar outra forma. Qualquer participação é melhor que nenhuma." As alternativas apresentadas pelos reitores tiram da ideia do MEC um de seus principais benefícios: a possibilidade de um estudante, com uma mesma prova, candidatar-se a cinco instituições diferentes, a cursos diferentes, em Estados diferentes sem pagar por vários vestibulares ou viajar pelo País. Mesmo no caso em que as universidades decidirem por usar o Enem como 1ª etapa, o estudante aprovado terá de viajar para fazer uma 2ª prova. As demais alternativas mantêm o vestibular tradicional, justamente o que o MEC gostaria de eliminar. No caso das que pensam em usar a prova como parte da nota, os candidatos serão obrigados a fazer duas provas complexas, extensas e de perfis diferentes para concorrer a apenas uma vaga. "Uma decisão tomada hoje pode mudar amanhã", diz o ministro. "O que queremos é adesão do maior número possível de instituições."

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