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Nova prova pode orientar currículo de escolas

Por Simone Iwasso , Ana Bizzotto e Élida Oliveira
Atualização:

A vantagem para o sistema educacional da obrigatoriedade do Enem para a rede pública está no fato de ele funcionar como um norteador para o que deve ser ensinado nas escolas - já que na maioria dos Estados não há um currículo mínimo. O problema está no que fazer com os alunos que reprovarem e com a centralização que será criada. A análise é da educadora Wanda Engel, superintendente executiva do Instituto Unibanco. "Por mais que não seja o ideal e que haja ressalvas quanto à centralização, é bom alguma coisa estar sendo feita para melhorar o ensino médio, mesmo com todas as dificuldades e as diferenças que temos no País", afirma ela. Para o presidente do Movimento Todos pela Educação, Mozart Neves, a obrigatoriedade do Enem segue a tendência criada pelo Ministério da Educação (MEC) de tornar o exame a grande referência do ensino médio. "Com a mudança do formato do Enem, o uso dele na seleção das universidades federais e a alteração no currículo, dar ao exame um caráter certificador me parece natural", diz. No entanto, para Neide Noffs, professora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o processo todo, apesar de positivo, está sendo implementado de maneira muito rápida, sem pensar no aluno. O grande risco, segundo ela, é o Enem obrigatório se transformar apenas num grande ranking de escolas, que, estigmatiza e desestimula as piores. "Para um adolescente, ser obrigado a fazer alguma coisa nunca vai dar certo. Mas se explicarem o lado positivo, será melhor", diz Marilia Beatriz Brito de Souza, de 18 anos, do 2º ano da Escola Estadual Professor Benedito Tolosa. Já para Marco Aurélio do Prado, de 21 anos, da E.E. Professor Almeida Júnior, obrigatoriedade será estimulante para os alunos. "Muita gente deixava de fazer por medo de tirar nota ruim. Agora todo mundo vai se empenhar."

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