No Brasil, 28,5% dos casos de gripe suína são graves

Porcentual dobrou em 2 semanas; esses pacientes apresentam febre, tosse e dificuldade respiratória

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Por Ligia Formenti e Mariana Mandelli
Atualização:

O porcentual de casos graves de gripe suína dobrou em duas semanas. Boletim de ontem do Ministério da Saúde mostra que 28,5% das infecções provocadas pelo A(H1N1) receberam essa classificação. Em 23 de julho, quando o primeiro boletim com a nova metodologia foi anunciado, 14,2% dos pacientes com gripe suína haviam apresentado a forma grave. Mais informações sobre a doença no mundo A tendência de aumento de casos agressivos na gripe comum também foi observada, mas em velocidade inferior. Há 14 dias, 17% das pessoas com gripe sazonal apresentavam estado mais grave. No boletim de ontem, esse porcentual era de 22,3%. Recebem a classificação de forma grave os pacientes que têm febre, tosse e dificuldade respiratória. O Ministério da Saúde informou que os números não permitem dizer se a doença está ficando mais grave. Para isso, seria preciso que a tendência de aumento desses casos se mantivesse por um período maior. E, embora a diferença dos porcentuais de casos graves entre gripe comum e suína comece a aumentar, completam os técnicos, é cedo para dizer que o comportamento entre as infecções esteja se modificando. Segundo dados referentes até o dia 1º, foram registradas no País 96 mortes por gripe suína (pela contagem das secretarias estaduais e municipais, o número até ontem chegava a 133, sendo São Paulo o Estado com o maior número: 53). Pelos dados do ministério, a mortalidade está em 11,4%; há duas semanas, era de 12,8%. A maioria das mortes (54,2%) ocorreu entre mulheres. Desse grupo, 14 eram gestantes. A análise dos números confirma tendência da semana passada: gestação e doenças cardíacas são os principais fatores de risco de morte entre pacientes com H1N1. A análise dos novos números mostra que há um comportamento diferenciado para desenvolver a forma grave da doença. No caso das gestantes com o H1N1, o risco de ter sintomas mais acentuados é três vezes maior do que o de grávidas com gripe comum. Esse risco também é maior no caso de doenças respiratórias e distúrbios metabólicos. No caso de hipertensão, menores de 2 anos ou maiores de 60, a tendência é inversa: corre maior risco de complicação pessoas infectadas pelo vírus da gripe comum. Em São Paulo, o Hospital das Clínicas e o Instituto de Infectologia Emílio Ribas informaram que trabalharão de modo integrado. O HC vai concentrar o atendimento ao grupo de risco. Triagem e entrega de medicamentos de urgência ficam com o Emílio Ribas. Na semana passada, o HC passou a fazer testes para diagnóstico do H1N1 para pacientes das duas instituições a partir de um kit doado pelo Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

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