Neuropediatra critica leitura antes dos 6 anos

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Por Redação
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O neuropediatra José Salomão Schwartzman, especializado em neurologia infantil pelo Hospital for Sick Children, de Londres, e professor titular de pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento do Mackenzie, afirma que cada vez mais tem recebido em seu consultório crianças de 5, 4 e até 3 anos com diagnóstico de distúrbio de aprendizado. Por esse motivo, ele afirma que vê somente desvantagens em alfabetizar tão precocemente as crianças. "Trata-se de um verdadeiro absurdo. Como se alfabetiza muito cedo, as crianças estão menos prontas para lidar com o processo e são identificadas dificuldades de aprendizagem que na realidade não existem", explica ele. "Não é que a criança não consegue se alfabetizar, ela não está pronta para isso", complementa o especialista. Brincar, afirma ele, pode ser mais relevante nessa idade do quer começar a aprender a ler e a escrever. "Em um mundo competitivo, convencionou-se pensar que quanto mais cedo se aprende, melhor. Mas acelerar o processo pode gerar desinteresse pelo aprendizado para o resto da vida." Para o médico, a idade ideal para alfabetização é variável, ficando por conta do desenvolvimento de cada criança. Do ponto de vista neurológico, ele explica que, na média, o brasileiro está pronto para isso entre os 6 e os 7 anos.

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