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Na capital, 10% das manicures têm hepatite

Por Fernanda Aranda
Atualização:

Estudo do Instituto Estadual de Infectologia Emílio Ribas revela que manicures são "pontes" de transmissão de hepatite. Foi atestado que 10% das profissionais estão contaminadas pelos vírus tipo B e C da doença. E que 100% não tomam todos os cuidados para esterilizar alicates. O levantamento foi feito com profissionais de cem salões de beleza, metade deles em shoppings da capital. "O desconhecimento das técnicas de prevenção para evitar hepatite não variou, independentemente da sofisticação do salão", disse a autora Andréia Deneluz Oliveira. Andréia aponta que o responsável principal pela alta taxa de contaminação é a não esterilização dos alicates, utilizados para retirar as cutículas. Ainda que não tenham sido contaminadas, a cliente pode se contaminar se o instrumento teve contato com sangue contaminado e não foi esterilizado. A incidência da doença em manicures é alta: a média da população varia entre 2% e 5%. "A relação entre hepatite e manicures é discutida há tempos", diz Hoel Júnior, da Sociedade Brasileira de Hepatologia. Segundo ele, em alguns Estados dos EUA a retirada de cutícula é proibida. No Brasil, desde 2004 manicures podem tomar de graça a vacina contra hepatite B. A falta de fiscalização é um problema: dos mais de 40 mil salões na capital, somente 200 têm autorização de funcionamento na Vigilância Sanitária.

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