Múmia permitirá estudo de dino em movimento

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Por Carlos Orsi
Atualização:

O paleontólogo britânico Phil Manning, principal pesquisador envolvido no estudo de Dakota, o fóssil de dinossauro de 67 milhões de anos encontrado nos EUA com vestígios de tecidos moles - incluindo o invólucro de pele completo, além de tendões e ligamentos - diz que a descoberta permitirá determinar como o animal se movia, sua força e velocidade. "Ter a pele completa, além dos ossos, é importante, porque com isso conseguimos saber qual o volume máximo de músculos do animal", explicou Manning, em entrevista por telefone ao Estadao.com.br. "Com isso, é possível estimar sua velocidade. É por isso que estamos tão entusiasmados. Os modelos de movimento que faremos serão muito mais precisos." Dakota, cuja descoberta foi anunciada publicamente na última segunda-feira, foi saudado como uma das mais completas "múmias de dinossauro" já encontradas. "Múmia", no caso, é o apelido dado aos fósseis que apresentam sinais de tecidos moles, além de ossos e dentes. Manning afirma que o animal, um hadrossauro - herbívoro cujo nome significa "lagarto com bico de pato" -, renderá vários anos de estudo, a começar pela explicação do equilíbrio químico que manteve os tecidos moles livres de decomposição, até serem fossilizados. No momento, os cientistas analisam os dados gerados por uma tomografia computadorizada do fóssil. A equipe já concluiu que Dakota tinha um traseiro 25% maior que o esperado para hadrossauros - o que poderá mudar a imagem comum desses animais, que com o músculo extra seriam corredores muito mais velozes do que se imaginava, capazes de deixar o Tiranossauro rex para trás.

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