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Mulheres hi-tech

A tecnologia portátil pode ser uma grande aliada na hora de equilibrar os diversos afazeres do dia-a-dia

Por Fabiana Caso
Atualização:

Wi-fi, bluetooth, pocket PC, smartphone. Muitas mulheres estão mergulhando no mundo dessas siglas. As palavrinhas em inglês representam diferentes tecnologias e aparelhos portáteis, mas, para elas, o seu significado resume-se a praticidade no dia-a-dia. Não contentes em apenas usar os gadgets - gíria para "aparelhos portáteis" - muitas esmiúçam o funcionamento das engenhocas e comandam blogs, onde discutem prós e contras de cada produto. Mais do que brinquedinhos, esses aparelhos garantem otimização do tempo. Principalmente para quem tem um cotidiano agitado, como a dentista Beatriz Kunze, de 32 anos. Desde criança, ela gosta de computadores, câmeras fotográficas e afins. Mas quando acabou a faculdade, precisou de uma solução para a vida agitada. Tinha um consultório próprio, trabalhava com um dentista e ainda fazia uma especialização. Foi quando comprou o primeiro palmtop, para armazenar dados, matérias do curso e até livros completos. "Comecei a procurar aplicação para a tecnologia na minha área", lembra. Não brincou em serviço. Tanto que começou a usar a tecnologia para montar um consultório de odontologia móvel, com o qual atende os pacientes idosos, deficientes ou outros que tenham problemas de locomoção e não possam ir até o consultório. Em seu pocket PC, armazena todos os dados das pessoas atendidas, assim como as imagens de cada caso. E grava músicas tranqüilas em seu Ipod, para colocar para os pacientes ouvirem durante o tratamento. O atendimento domiciliar virou sua especialidade - e seu diferencial. "Também uso o Ipod para gravar podcasts, que são minha maior fonte de notícias", conta a dentista hi-tech. Beatriz começou até a escrever um blog com resenhas de produtos wireless, o Garota sem Fio (www.odontopalm.com.br/gsf). E acabou ficando tão conhecida no meio que passou a ser procurada por profissionais liberais para dar consultoria em tecnologia móvel, indicando os melhores aparelhos e soluções. Essa atividade corresponde hoje a 50% de seus ganhos. "Nós mulheres sofremos uma pressão muito grande, porque além de boas estudantes e profissionais, temos que manter a casa em ordem, cuidar do marido e dos filhos. E ainda por cima, precisamos estar com o cabelo bonito, as unhas bem pintadinhas, magras e gostosas." Enfim, ela tenta dar conta de todos esses papéis com o auxílio da tecnologia móvel. UTILIDADE MÚLTIPLA A analista de qualidade Bruna Pazinato, de 25 anos, também não vive sem a mãozinha da tecnologia móvel. Ao contrário de Beatriz, ela não sabia nem o que era palmtop até 2004. Mas quando um amigo comprou um, ela se encantou com os recursos do pequeno computador. Resolveu investir no Palm Tungsten P3. Cheio de funções, o aparelho agilizou seu trabalho na época, como secretária. "Tinha todos os dados à mão." Desde então, começou a entrar em listas de discussão na internet e também criou um blog, o www.futilfutilidade.blogspot.com. Entre outros quesitos, comenta as alegrias da tecnologia portátil. "Fiz amizades maravilhosas nas listas de discussão. Conheço a maioria pessoalmente e até já viajamos juntos", conta. A paixão pela tecnologia foi crescendo e, no ano passado, guardou o décimo-terceiro salário para comprar um smartphone (telefone inteligente, que serve como computador de bolso, e ainda filma, fotografa, baixa músicas, etc.) Com ele, roda o Windows, sincroniza informações de trabalho e se conecta em qualquer lugar. Uma mão na roda para quem trabalha o dia todo e cursa engenharia elétrica à noite. "Com ele, gravo todas as aulas e depois fica mais fácil para eu estudar." Antes de dormir, aproveita para sintonizar uma rádio do Japão ou Inglaterra e ouvir sons diferentes. "O smartphone só não lava roupa para mim", diverte-se. "A tecnologia mudou totalmente a minha vida, otimizou muito meu tempo no trabalho. Não sei mais viver sem." FACILIDADES A gerente de marketing Daniela Yurica Kariya, de 30 anos, é outra que adora os seus gadgets, tanto que tem alguns até em dobro. Hoje, faz parte de seu acervo portátil um smartphone, dois Ipods, um Nextel e ainda um celular "pequenininho". "É para os fins de semana, quando não quero ficar carregando o smartphone, que é maior", justifica. Já um dos Ipods ela usa para transferir e atualizar arquivos entre o desktop e o laptop. Em seu caso, a tecnologia já veio do berço. Como o pai sempre trabalhou com computadores e o irmão gostava de vídeo games, cresceu em meio a recursos inteligentes. Mas o principal interesse da garota é mesmo pelos aparelhos portáteis. De uma a duas vezes por ano, ela troca de celular. "Pesquiso, compro revista e leio sites antes de optar por determinado modelo. Até vejo as previsões dos fabricantes para o lançamento de atualizações", fala. Ela se assume como uma viciada em tecnologia, mas diz que até consegue ficar sem esses recursos por alguns dias. Um exemplo: quando viajou para a Índia por duas semanas, levou apenas o Ipod, enquanto o resto do grupo de oito amigos carregava celulares, laptops e blackberries. "Claro que às vezes batia um desespero e queria ver meus e-mails. Perdi um tempo nos cibercafés."

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