Mulher descobriu que tinha o vírus aos 50 anos, transmitido pelo 2º marido

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Por Redação
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A advogada Beatriz Pacheco já tinha 50 anos quando começou a ter os primeiros problemas de pele. Os médicos desconfiavam que a causa do problema fosse leucemia ou câncer de pele, mas depois de cerca de dois anos de exames, como nenhum diagnóstico se confirmava, pediram que ela se submetesse a um teste de HIV. "Sou caretíssima, não bebo, nunca fumei, não entendia porque estavam me pedindo aquele exame. Fiz o teste, deu positivo", lembra ela, que hoje tem 60 anos e é ativista do Movimento Nacional de Mulheres Positivas. A doença foi contraída do segundo marido, afirma ela. Ele morreu em 1992, sem nunca ter sido diagnosticado como portador do vírus. "Pensavam que era cirrose hepática", conta ela. Beatriz já havia se casado de novo. O terceiro marido fez os testes, que deram negativo. "Vivemos uma relação sorodiscordante por dez anos, até ele morrer de câncer", conta. "Aprendi a usar camisinha com 50 anos. O pessoal da farmácia ria da gente." Com três filhos e quatro netos, ela afirma que não sofre preconceito da família, mas da sociedade. "Existe um mito de que é um risco conviver conosco, mas risco é transar sem camisinha", afirma. Para Beatriz, a campanha do Ministério da Saúde, lançada ontem durante evento no Rio, é extremamente importante porque a sua geração "não se toca, não se olha, acha que é só cuidar da pele e do rosto, mas tem que cuidar da sexualidade também". E ela completa: "A gente sempre pensa que sexualidade e aids são coisas para jovem. E não são."

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