Morre Pedro Gastão de Orleans e Bragança

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Por Sevilha
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Morreu ontem, aos 94 anos, em Sevilha, Espanha, d. Pedro Gastão de Orleans e Bragança, bisneto do imperador d. Pedro II. A causa da morte não foi divulgada. O príncipe fez campanha a favor da reimplantação da monarquia no Brasil no plebiscito de 1993 sobre forma e sistema de governo, em que a população escolheu entre República e Monarquia e entre presidencialismo e parlamentarismo. A Monarquia recebeu 10% dos votos, ante 66% pela continuidade da República. D. Pedro Gastão nasceu em 19 de fevereiro de 1913 no Castelo D?Eu (França) e veio ao Brasil pela primeira vez aos 7 anos, quando o presidente Epitácio Pessoa revogou a lei que impedia os membros da família imperial de retornar ao País. Ele voltou à Europa para concluir os estudos e se casou em 18 de dezembro de 1944 em Sevilha com sua prima, María de la Esperanza de Bourbon e Orleans - tia do rei Juan Carlos da Espanha - morta em 2005. Desde o casamento, o nobre viveu com sua mulher na casa da família em Villamanrique, a 36 km de Sevilha, e teve seis filhos. Ele visitava freqüentemente o Brasil. Morou os últimos quatro anos de sua vida em Sevilha com a filha dona Maria da Glória. A mudança ocorreu depois de uma queda. A partir de então, sua saúde começou a se deteriorar e ele passou a se locomover em cadeira de rodas. "Ele nasceu no exílio e morreu no exílio. Passou os últimos anos dizendo que queria voltar para morrer no Brasil, mas os médicos desaconselhavam. Tinha um amor imenso pelo País", lembrou o sobrinho, d. Joãozinho. Ontem, dona Cristina, o marido e os irmãos d. Francisco e d. Pedro Carlos embarcaram para a Espanha, para acompanhar o enterro, previsto para as 18 horas de hoje (horário local). Segundo Maria de Lourdes Parreiras Horta, diretora do Museu Imperial, em Petrópolis, d. Pedro Gastão tinha uma grande preocupação ecológica. "Boa parte da mata atlântica preservada em Petrópolis foi graças a ele." EFE, COM CLARISSA THOMÉ E MÁRCIA VIEIRA, DO RIO

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