Morre em SP o jornalista Sérgio de Souza

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Por Redação
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O jornalista Sérgio de Souza, editor e um dos fundadores da revista Caros Amigos, morreu ontem, às 5h40, de complicações pulmonares. Autodidata, Serjão, como era conhecido, não chegou a concluir o curso superior, mas, aos 73 anos, construiu uma carreira marcada pelo humanismo no trato pessoal e pela excelência do texto, construído em publicações como Folha de S.Paulo, Realidade, Quatro Rodas e TVs Globo e Bandeirantes, entre outras, em 50 anos de profissão. Seu corpo foi cremado na Vila Alpina, em atendimento a uma vontade antiga. Mais de cem pessoas entre jornalistas e amigos acompanharam a cremação. Pelos idos de 1959, de acordo com o amigo e editor-chefe da Caros Amigos, Mylton Severiano, o jovem Sérgio de Souza, então um bancário recém-casado, viu um anúncio da Folha com o texto: "Você quer ser jornalista?" Ele queria. Quatro anos depois, foi convidado por Paulo Patarra para integrar a equipe de Quatro Rodas. Em 1966, o ex-bancário integraria a equipe que criou Realidade, revista que marcou época no jornalismo. "Ele era uma grande figura. A liberdade que nos conferia no trabalho era proporcional à qualidade do texto, cortante e contundente, sem perder a elegância", disse Severiano. Repórter do Globo Rural, José Hamilton Ribeiro afirmou que o trabalho de Serjão na Realidade ajudou a conferir um tratamento literário à reportagem brasileira. "Depois dele e da revista, o texto em revista e jornal, engessado pelas regras do jornalismo americano, mudou completamente."

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