Método sofisticado baixa a nota de quem chuta

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Por Renata Cafardo
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A Teoria de Resposta ao Item (TRI) é uma metodologia ainda pouco conhecida no Brasil, mas usada há décadas em testes como o Toefel ou Scholastic Aptitude Test (SAT), avaliações de ingresso para universidade nos Estados Unidos. O exame internacional mais importante, o Pisa, também usa um modelo de TRI. Os especialistas garantem que é uma metodologia mais precisa e sofisticada para seleção. Por exemplo, um aluno mal preparado, mas sortudo, perde pontos com a TRI. Isso porque o modelo consegue distinguir estatisticamente o padrão de respostas de um aluno. Se ele acerta questões difíceis, mas erra as fáceis, conclui-se que ele está chutando. Isso o coloca numa posição mais baixa da escala da prova, ou seja, com notas inferiores. Quem acerta muitas questões difíceis - calibradas em pré-testes, como o que foi feito no Enem - também tem uma nota melhor do que quem acerta o mesmo número de perguntas fáceis. Portanto, ninguém vai poder comparar seus acertos com o gabaritos ao fazer o Enem. Outra vantagem é ter pouco empate entre candidatos, já que as notas são compostas por vários fatores. O polêmico pré-teste é, por isso, essencial para esse modelo funcionar. A intenção é fazer testes todo ano, até que se monte um banco de questões com milhares de opções já classificadas como fáceis, médias ou difíceis. "No primeiro ano pode dar essa confusão com pré-teste, mas depois que a máquina tiver funcionando vamos ganhar muito com isso", diz o especialista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Francisco Soares.

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