Médicos de AL suspendem cirurgias pelo SUS

PUBLICIDADE

Por Emilio Sant'Anna
Atualização:

A partir de segunda-feira, todas as cirurgias eletivas realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) estarão suspensas em Alagoas. A paralisação é iniciativa dos médicos alagoanos e contraria uma liminar obtida pelo Ministério Público Federal que obriga os 112 municípios do Estado a cumprir todos os procedimentos cirúrgicos da tabela do SUS. Os médicos reclamam que os valores pagos pela tabela são insuficientes e se negam a continuar recebendo "quantias imorais", afirma o presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas, Wellington Galvão. Esta não é primeira paralisação. Entre junho e dezembro de 2008, a categoria já havia suspendido as cirurgias. Apenas os serviços de urgência e emergência foram mantidos. Nos últimos dez anos, diz Galvão, o número de profissionais credenciados no SUS caiu de mais de mil para cerca de 300. "Nossa cobrança é que tanto o Estado quanto os municípios entrem com a mesma quantia destinada pela União para a Saúde", afirma o médico. Uma proposta do sindicato que reajustava os valores pagos em Alagoas para 50% do valor da rede privada chegou a ser aceita, mas a Secretaria de Estado da Saúde recuou e o impasse continua. "Para nós a paralisação nesta segunda será precipitada", diz o superintendente da secretaria, Vanilo Soares. O superintendente não vê muitas saídas para a crise no Estado e prefere colocar a responsabilidade pelo reajuste de financiamento da saúde na conta dos municípios. "Maceió, por exemplo, tem a gestão plena da saúde. Esperamos que exista uma ação conjunta", afirma. A distância que separa o financiamento entre as redes privada e pública pode ser medida por um procedimento como a histerectomia total - retirada de útero. Na rede privada, a remuneração para a equipe médica (médicos e enfermeiros) é de R$ 1.180; no SUS, é de R$ 201.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.