PUBLICIDADE

Mais próximo do mercado

Contato com profissionais e dia-a-dia da redação são diferenciais para jovens jornalistas do Curso Estado

Por Marianna Aragão
Atualização:

Nas próximas páginas, você poderá conferir o resultado do trabalho jornalístico de uma equipe de talentosos profissionais. Uma bela reportagem. Mas não só. Esse caderno coroa um período curto, mas intenso, capaz de transformar 31 jornalistas recém-formados em verdadeiros focas, como são chamados os novatos nas redações. Por isso, é provável que apenas eles e outros 500 profissionais que já passaram pelo Curso Intensivo de Jornalismo Aplicado do Estado nos últimos 18 anos possam entender o real significado desta série de reportagens. Foram três meses de aprendizado. Na sala da sede do Grupo Estado, os focas tiveram a oportunidade de dissecar e de aprimorar textos com a ajuda de experientes profissionais da escrita. Ao lado de especialistas em política, economia e filosofia, se aprofundaram nos assuntos que cercam a atualidade. Aprenderam - às vezes de forma dura - a lidar com os próprios erros e a trabalhar sob a pressão dos prazos. Por fim, freqüentaram as barulhentas redações da empresa. Lá, puderam entender como funciona um jornal, uma rádio e uma agência de notícias, fazendo parte do seu dia-a-dia. Tudo isso por um objetivo maior: encurtar o caminho entre a faculdade e o mercado de trabalho. "O programa está para o profissional de comunicação assim como a residência médica para o egresso da faculdade de Medicina", explica o jornalista Francisco Ornellas, coordenador do curso, patrocinado neste ano por Odebrecht, Philip Morris, Santander e Vivo. Para a maioria dos que passaram pela residência de 90 dias, essa proposta foi alcançada - pelo menos 80% deles estão atuando em redações pelo País. Só no Grupo Estado, trabalham hoje 70 jornalistas vindos do curso. A chefe de reportagem do caderno Metrópole do Estado, Luciana Garbin, encarou a experiência no programa, em 1996, como a porta de entrada para o mercado. "Meu foco sempre foi trabalhar em um grande jornal. Vi no curso a chance de alcançar esse objetivo", conta a paulistana de 32 anos. Depois de um ano no exterior, logo após o treinamento, Luciana deu início à sua carreira no grupo, que já dura 11 anos. Cobriu de rebelião em penitenciária a desfile de moda e hoje, como chefe de reportagem, recepciona outros focas na editoria. "Todos vêm com muito pique, como todo iniciante deve ser." Entusiasmo não faltou à repórter Liège Albuquerque, de 37 anos. Natural do Acre, em 1992 ela deixou família e amigos no Norte do País e apostou no curso para encontrar seu espaço na concorrida São Paulo. Passou nove anos na cidade, trabalhando em veículos como Veja, Folha de S.Paulo, Gazeta Mercantil e Estado, e outros dois no Rio e em Brasília. Hoje, Liège é correspondente em Manaus do Grupo Estado. Para ela, mais que servir de passaporte para o mercado, o curso trouxe outras lições. "Aprendi a ter cuidado com o texto, pude vivenciar a prática jornalística e desenvolvi networking." Assim como Liège, boa parte dos jornalistas que completa o curso vem de outros Estados. Neste ano, há gente do Acre, Brasília, Espírito Santo, Minas, Paraná, Rio, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, além de paulistas - a maioria da capital. Como ocorreu em anos passados, há uma estudante estrangeira no grupo, desta vez de Portugal. Para a paulista de Jundiaí Marcela Buscato, de 24 anos, foca em 2006, essa composição é um dos diferenciais do programa. "Foi interessante conviver com colegas que atuam ou atuaram em outros mercados e, claro, ampliar a rede de relacionamentos", diz Marcela, repórter de Ciências da revista Época. Após deixar para trás 2.247 candidatos e atravessar três longos meses de trabalho e estudo, os 31 focas deste ano estão prontos para um próximo desafio. "O histórico e a credibilidade do programa dão uma chancela que pode me abrir portas", diz o acreano Iago da Silva Bolívar, de 29 anos. Depois de concluir a faculdade e trabalhar em quatro jornais no interior do Rio, Felipe Cruz, de 23, acredita que está mais próximo dos objetivos que traçou para sua carreira. "Foi um grande salto." Além deste caderno, outra característica do programa poderá mostrar ao mercado um pouco do potencial de Iago, Felipe e dos outros 29 jovens jornalistas. É o Banco Estado de Talentos (www.estadao.com.br), que oferece na internet o currículo e o perfil de cada um dos formados. O site fica disponível para as empresas interessadas, durante todo o ano seguinte ao curso. Marianna Aragão, repórter da editoria de Economia & Negócios do Estado, fez o Curso em 2006

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.