Mais 14 mulheres procuram promotoria

Grupo apura supostos abusos sexuais de médico, que nega acusações

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Por Emilio Sant'Anna e Fabiane Leite
Atualização:

Outras 14 mulheres procuraram o Ministério Público do Estado de São Paulo para reportar supostos casos de abuso sexual que teriam sido praticados pelo médico Roger Abdelmassih, de 65 anos, dono da maior clínica de reprodução assistida do País. Oito casos estão sendo apurados desde o ano passado pela instituição e pela Polícia Civil. Entre as denúncias estão desde casos em que Abdelmassih teria agarrado pacientes e tentado beijá-las à força até supostos abusos sexuais enquanto as mulheres estariam sedadas. As pacientes estão sendo ouvidas pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). "Desde sexta-feira, 14 mulheres entraram em contato conosco e ao menos 4 delas são de fora do Estado", diz o promotor José Reinaldo Carneiro. Em nova nota divulgada ontem, a assessoria do médico destacou que Abdelmassih "é o maior interessado na elucidação total dos fatos, quando certamente será constatada a sua inocência." Segundo o texto, "a defesa do dr. Roger (nem) sequer conhece a identidade das pessoas que o denunciam, com exceção de uma ex-funcionária que confessadamente é autora de uma tentativa de extorsão". "A defesa do dr. Roger ainda não teve acesso integral ao inquérito, apesar das reiteradas requisições. O dr. Roger manifesta sua indignação com os relatos divulgados (...)." Os promotores do Gaeco negaram que a defesa de Abdelmassih não teve acesso à investigação. Um dos casos investigados é o de uma mulher que teria sido abordada no dia em que foi a uma consulta sem o marido. C., de 34 anos, conta que Abdelmassih a teria beijado na boca. Dias depois, seu marido foi pedir explicações e a devolução do dinheiro e o profissional teria dito que ela "havia entendido mal". C. diz ter decidido então continuar o tratamento, para não perder os R$ 33 mil pagos, apesar de ter feito boletim de ocorrência. Ela conseguiu engravidar. Recentemente, aceitou depor. "Não queria fazer isso só, tinha medo porque sei que ele é muito forte."

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