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Madeireira movimenta 70% do PIB do município

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Por João Domingos
Atualização:

A atividade madeireira movimenta cerca de 70% de todos os recursos que circulam em Tailândia, de acordo com cálculos da prefeitura do município. Como quase 80% das empresas são clandestinas e vão ser fechadas, a cidade passa por um abalo econômico e social. De acordo com dados do Sindicato das Madeireiras, 6 mil trabalhadores do setor serão demitidos. Como a cidade tem cerca de 66,9 mil habitantes, 9% estão sendo postos na rua. Há revolta entre os demitidos. Ontem, enquanto a Polícia Militar do Pará assegurava a retirada de cerca de 100 metros cúbicos de madeira ilegal - quase só faveiras e goiabão, utilizadas principalmente para a fabricação de lâminas usadas na construção civil - da Madeireira Tailâmina, uma pequena multidão se aglomerou do outro lado, bem em frente a um posto de gasolina. Cada um tinha suas queixas. De funcionários de madeireiras e estivadores a borracheiros. De acordo com eles, todas as atividades econômicas foram afetadas. "Não tenho mais câmaras-de-ar para consertar, porque os caminhões pararam de carregar madeira", reclamou Magno Silva, borracheiro. "Com fome o povo se revolta", disse ele. "A governadora (Ana Júlia, do PT) disse que vai nos dar cestas básicas. Não quero cesta básica. Quero segurança de trabalho", disse Valdinei Afonso, de 29 anos, estivador. "Tenho quatro filhos. Sem trabalho, não posso sustentá-los." Rubens Bernardo, de 27 anos, estivador, disse que há dez dias não consegue um serviço. "Se a situação não mudar, vai aumentar muito o número de assaltos."

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