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Longevidade é resultado de falha celular, afirma estudo

Por Efe , Reuters e Washington
Atualização:

Cientistas americanos descobriram dois processos vinculados ao envelhecimento de ratos que revelam que a degeneração celular é deliberada, e não uma falha gradual, afirma estudo divulgado ontem pela revista Cell. "Existe um processo genético para que ocorra o envelhecimento", explicou Howard Chang, professor de dermatologia e membro do Centro Oncológico da Universidade de Stanford, na Califórnia. "É possível que nos indivíduos que vivem mais de 100 anos haja uma versão menos eficiente desse processo", acrescentou. No outro extremo, em crianças com progeria (doença que provoca dramático envelhecimento precoce) os componentes do processo são muito mais ativos. Os pesquisadores analisaram duas proteínas. Uma é a molécula SIRT6, da família de proteínas sirtuínas. Essa molécula está envolvida na estabilidade genômica e na proteção dos extremos dos cromossomos, chamados telômeros. Os cientistas descobriram que os ratos que não têm a SIRT6 nascem normalmente, mas morrem com poucas semanas por causa de uma rápida e múltipla degeneração orgânica similar à do envelhecimento. A outra é a proteína NF-kappa B (ou NF-kb), que regula a expressão de muitos genes, entre os quais os envolvidos no envelhecimento. A expressão de muitos desses genes aumenta com a idade. Quando se bloqueia a atividade da NF-kb nas células dérmicas de ratos idosos, elas funcionam como se as unidades biológicas fossem mais jovens. LEUCEMIA Outro estudo divulgado ontem concluiu que uma anormalidade genética aumenta o risco de recaída entre crianças com a forma mais comum de câncer infantil, a leucemia linfoide aguda. Quando há alterações no gene IKZF1 (que cumpre importante papel no desenvolvimento de linfócitos), o risco de recaída é triplicado na comparação com pacientes sem a anormalidade. O estudo, publicado no New England Journal of Medicine, pode levar a mudanças no tratamento-padrão, que tem um índice de 80% de cura. Cerca de um quarto dos pacientes sofre recaída; 30% do grupo só sobrevive por mais cinco anos. Inicialmente, a descoberta abre caminho para o desenvolvimento de um teste genético que identifique os pequenos pacientes com maiores probabilidades de reaparecimento da doença, explicou James Downing, da St. Jude Children?s Research Hospital em Memphis, Tennessee, um dos especialistas envolvidos na pesquisa. Identificadas, essas crianças podem receber tratamento mais agressivo, como a intensificação da quimioterapia.

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