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Kit começa a ser usado para diagnosticar a doença no país

Resultado do exame importado sai em até 72 horas; modelo atual demora cerca de 15 dias

Por Emilio Sant'Anna
Atualização:

Começaram a ser feitos ontem no País os primeiros testes para identificar a gripe suína com os kits de diagnóstico enviados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, em inglês) dos Estados Unidos. Três centros de referência foram escolhidos para receber o material: Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio, e Instituto Evandro Chagas, em Belém. O kit é composto por amostras da cepa do vírus influenza A (H1N1), causador da gripe suína, que é comparado a amostras de secreção nasal dos pacientes suspeitos. O resultado do exame pode ser obtido em 24 horas, mas por medida de segurança as autoridades sanitárias trabalham com um prazo de até 72 horas. Pelo modelo atual, o resultado pode demorar até 15 dias para ser confirmado. Em São Paulo, os testes começaram a ser feitos ontem. O Estado tinha 15 casos que seriam analisados com o material importado. Oito amostras eram de pessoas consideradas suspeitas de terem contraído o vírus. Outras 7 eram de pacientes em monitoramento e que, segundo os técnicos do Adolfo Lutz, são acompanhados em suas casas. O kit enviado para São Paulo é suficiente para a realização de 250 exames e a estimativa é que outros três conjuntos de testes sejam necessários. O objetivo é que o Estado tenha material para a realização do exame em mil pacientes, caso seja necessário. Para a diretora do Adolfo Lutz, Marta Salomão, a espera para o recebimento do material - que deveria ter sido entregue na semana passada - não comprometeu a triagem dos casos suspeitos. "Se nós tivéssemos enviado nossas amostras para os EUA, como a Colômbia, com certeza estaríamos na fila esperando os resultados", afirmou. Segundo ela, o atraso também não trouxe prejuízos para a segurança epidemiológica da população e para o tratamento dos casos suspeitos. "O único prejuízo é para os pacientes que estão praticamente presos no isolamento", disse. Das 54 amostras analisadas pelo instituto desde 29 de abril, 42 foram descartadas por meio dos métodos então disponíveis. Segundo a diretora do Adolfo Lutz, não há necessidade de essas amostras serem testadas novamente - agora com o kit enviado pelo CDC. "Até o momento, os casos foram descartados utilizando os mesmo critérios da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas)", disse. Segundo a responsável pela área de vírus respiratórios do Adolfo Lutz, Teresinha Maria de Paiva, os procedimentos utilizados até agora para a identificação do vírus da gripe suína no Brasil estão de acordo com o modelo usado por outros países antes de contarem com a amostra do influenza A (H1N1). "Pelo método de exclusão também é possível confirmar o diagnóstico." VACINA O gerente de Vigilância em Saúde e Gestão de Doenças da Opas, Jarbas Barbosa, informou ontem que somente no dia 19 os produtores serão informados sobre qual vacina deverá ser priorizada - contra a gripe comum ou contra causada pelo vírus A (H1N1). O secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, afirmou que aguardará a definição da entidade para tomar uma atitude e que, por enquanto, a produção de vacina contra a gripe sazonal continua inalterada no Estado.

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