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Justiça suspende cursos

Anhanguera teria feito propaganda enganosa

Por Lucas Frasão
Atualização:

A 15ª Vara da Justiça Federal de São Paulo concedeu uma liminar que obriga a Anhanguera Educacional S/A a suspender cursos supostamente irregulares e a veicular contrapropaganda sobre a modalidade de ensino utilizada. A Anhanguera, que em 2008 tinha 140 mil alunos no Brasil, vai recorrer da decisão. Na ação civil pública proposta contra a instituição, o Ministério Público Federal (MPF) questionou a natureza de cursos a distância que estariam sem autorização no Ministério da Educação. "Eles criaram uma modalidade de ensino que não existe. Estão oferecendo cursos presenciais quando, na verdade, se trata de ensino a distância. Isso ocorreu em cerca de dez cidades", diz o advogado Dave Prada, especializado em Direito Educacional. Prada recebeu denúncias de vários estudantes e, após oito meses, concluiu que eles foram vítimas de propaganda enganosa. Um dos alvos da investigação é a Universidade Para o Desenvolvimento do Estado da Região do Pantanal (Uniderp), cuja mantenedora, o Centro de Ensino Superior de Campo Grande (Cesup), foi adquirida pela Anhanguera em 2007. De acordo com Prada, os alunos estariam cursando a Uniderp, de Mato Grosso do Sul, sem saber, a partir de um dos polos de ensino a distância da Anhanguera. A estudante Marilane Brito dos Santos, de Pindamonhangaba, foi vítima da suposta irregularidade. Em 2008, ela ingressou no curso de Administração da Faculdade Interativa Anhanguera - Polo Pindamonhangaba. Aos poucos, as aulas com professores foram sendo substituídas por outras a distância (teleaulas). "Achava que era presencial", diz Marilane, que não se lembra de ter lido sobre a modalidade de ensino no contrato. "Faltou divulgação. Outros colegas também acharam que o curso era presencial." OUTRO LADO Em nota oficial, a Anhanguera afirma que vai recorrer. Diz que a liminar "ocorreu sem que a instituição tivesse oportunidade de se manifestar" e que a Uniderp está "devidamente credenciada pelo MEC".

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