Joalheiras contemporâneas

Conheça o trabalho artístico de quatro designers que criam joias e bijuterias, cobiçadas por mulheres famosas e anônimas

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Por Cristiana Vieira
Atualização:

 

 

 

 

 

 

O Brasil é 13º maior mercado comprador de joias do mundo. E somente no primeiro semestre deste ano, a demanda por esses produtos avançou cerca de 37%, comparado ao mesmo período do ano passado. O faturamento estimado em 2009 chegou a US$ 4 bilhões, incluindo exportações - segundo dados do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM).

 

 

As bijuterias não ficam atrás. A 50ª edição da Bijóias - feira de negócios exclusiva para lojistas e profissionais do setor de bijuterias, acessórios, joias de prata, aço e folheadas do País, realizada no mês passado, em São Paulo - recebeu cerca de 12.500 lojistas e profissionais do setor.

 

 

A diretora e organizadora do evento, Vera Masi, acredita que o que diferencia os produtos nesse mercado é o design, a forma de elaboração, a pesquisa e a mistura de materiais. "Na década de 1980, se usava bijuteria com cara de joia. Mas as bijus ganharam seu lugar e agora as pessoas querem usá-las porque têm cara de bijuteria", diz.

 

 

Seja qual for sua matéria prima, um colar, anel, brinco ou pulseira sempre causa furor entre as mulheres. Nesse mercado, nomes como Camila Klein, Carla Amorim, Carol Mollianni, Ciça e Renata assinam belas peças, que mexem com o imaginário feminino. E elas sabem bem como atingi-lo.

 

 

 

 

 

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Carla Amorim

A designer de joias Carla Amorim, que comemora 15 anos da sua marca, busca inspiração na natureza, religiosidade e na arquitetura de sua cidade natal, Brasília (DF), traçada pelo arquiteto Oscar Niemeyer. "Olho uma árvore e já vejo milhões de coisas."

Criar peças diferentes a partir de um tema é o desafio dessa mulher serena, que começou a carreira produzindo para seu próprio uso. Depois, passou a vender para as amigas, até lançar sua marca, que já chegou à Rússia, Inglaterra, Hong Kong, Estados Unidos, Filipinas, Venezuela e, recentemente, ao Líbano, levada pela irmã, Kelly, que há cinco anos tornou-se sua sócia. "Nesse segmento, concorremos com grandes marcas. Na Europa tem a realeza e nos Estado Unidos, Hollywood", diz Kelly Amorim.

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A marca de Carla é reconhecida por trabalhos que remetem à espuma do mar, desenho da primeira joia que criou e que usa até hoje. "As pessoas batem o olho e sabem que as peças são minhas, pois têm identidade, carregam meu DNA", diz a designer. Ela realiza dois grandes lançamentos de coleções por ano, intercalados por outros temáticos, como "criança", "religioso", "resort".

Carla Amorim conquistou clientes internacionais, como Jennifer Lopez, Emily Blunt, Yoko Ono, Rachel Weiss, Eva Mendez, Naomi Campbell, Andrea Dellal, Frida Gianini, a autora da série Harry Potter, JK Rowling. E celebridades nacionais, como Maria Fernanda Cândido, Giovanna Antonelli, Lilia Cabral, Alinne Moraes, Ana Paula Padrão, Carolina Feraz, Ivete Sangalo, Alessandra Negrini e Maitê Proença. http://www.carlaamorim.com/

 

 

 

 

Camila Klein

"A joia tem de mexer com a emoção. Se não causar um furor, volta para a panela", fala Camila Klein, que começou a fazer bijus usando miçangas e vendendo para as amigas da escola. Estudou Arquitetura, trabalhou com decoração e, finalmente, resolveu formar-se em Artes Plásticas.

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Trabalhou em uma loja durante um ano, pediu demissão e gastou toda a grana da rescisão na Rua 25 de Março. Sua mãe, dona de uma confecção, encomendou um cinto de strass para uma de suas peças, e fez tanto sucesso que Camila precisou contratar uma ajudante. Assim, passou a vender para grandes marcas, até lançar a sua.

A primeira loja foi inaugurada há seis anos, na mesma semana em que sua primeira filha nasceu. "Pari os dois", brinca. E como uma obra do destino, a segunda loja, aberta no Rio, também coincidiu com o nascimento do segundo filho. Diz que não vai mais engravidar, mas continua com planos de abrir novas lojas.

Sua marca registrada são os anéis de chocalho. Também gosta de trabalhar com flores e sempre traz pedras Swarovsky em suas coleções. Para 2011, buscou ideias nas "it girl’s", uma moçada que virou ícone fashion, como a socialite Olivia Palermo, a herdeira da grife Missoni, Margherita Missoni, a atriz, estilista e socialite Nicole Richie, a apresentadora Alexa Chung e top models do quilate de Kate Moss e Agyness Deyn. Lançou uma coleção com o nome de cada uma delas.

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Também faz boas ações. Acaba de desenvolver um colar de pérolas para uma campanha contra o câncer de mama. Vai reverter 10% das vendas para o Instituto do Câncer. Afinal, o mundo não é feito só de brilho. http://www.camilaklein.com.br/

 

 

 

 

Carolina Mollianni

Apaixonada artesã de bijus, ela acompanha todos os passos da produção, desde a criação no papel até o último banho que a peça toma antes de ir para a vitrine. Busca sempre materiais que passem leveza, cor e sofisticação.

Formada em Moda pela Faculdade Santa Marcelina, especializou-se em joalheria e aprimorou seus conhecimentos em Milão, no Instituto Europeo di Design. Ainda não sabe qual é a verdadeira identidade da sua marca, mas diz que titânio e borboletas sempre vão entrar nas suas coleções.

Valoriza formas e tamanhos diferentes. Seja no anel com pedra transparente, que pode ficar azul, roxo ou bege, conforme movimenta-se sua base. Ou no brinco com argolas, que podem ser encaixadas, diminuindo de tamanho. Ou, ainda, no colar com opção de ajuste do comprimento, deixando-o comprido ou como uma coleira. Para quem gosta de joias, tem peças banhadas a ouro que reproduzem o efeito de um tecido em malha. Também desenvolveu coleções para o estilista Lorenzo Merlino. Foi ele quem lhe apresentou a loja Opening Ceremony, para onde Carol fez sua primeira venda no atacado, para as filiais de Nova York e Los Angeles.

Caiu nas graças de Glória Coelho, com quem criou a coleção Alma Gêmea.E segue fascinando nomes d da moda. http://www.mollianni.com/

 

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Ciça e Renata Monteiro da Silva Pereira

Aos 12 anos, descobriu seu talento para vendas. Quando completou 15, já tinha a marca Le Lis Blanc em sua carteira de clientes. Aí foi um passo para abrir sua empresa e levar a mãe como sócia. Conquistou outros grandes nomes, como Zion, Bob Store, Evidence...

Sua casa ganhou novas características para transformar-se em sua fábrica criativa, que agora tem até um showroom. As coleções saem do forno a cada mês. Afinal, tem de abastecer cerca de 150 pontos de venda, incluindo lojas renomadas do interior e de outras regiões do País.

Ciça, a mãe-sócia, é quem mais desenha as peças. "Eu adoro ficar na mesa testando o que vai virar moda." E a cada coleção, surge um novo modelo com a imagem de Nossa Senhora Milagrosa, sua padroeira. Como matéria prima, investem no strass, cristal, murano, couro, pérola, sempre banhados a ouro ou prata. E há as peças esmaltadas e outras que se misturam a fitas de tecido. Um charme.

O último lançamento trouxe a linha "ice", cujas pedras remetem ao gelo. Elas só não fazem anel. Durante a Copa do Mundo, a apresentadora Hebe Camargo exibiu um apito todo em strass, encomendado com exclusividade para a dupla.

Ciça e Renata estão sempre viajando para Londres, onde buscam ideias de acessórios. Neste ano, estão inaugurando a primeira franquia, em Salvador, e passaram a desenvolver uma confecção de roupas. http://www.cicaerenata.com.br/

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