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Inscrições no Enem podem chegar a 7 milhões

Na última edição, foram 4 mi de inscritos; prova pode ser obrigatória

Por Lisandra Paraguassu
Atualização:

O novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deve ter neste ano entre 6 milhões e 7 milhões de inscrições de alunos, segundo o Ministério da Educação, o que pode torná-lo a maior edição já feita desde 1998. A última, no ano passado, teve cerca de 4 milhões de inscritos. O interesse neste ano deve aumentar com a possibilidade de a nota servir como processo seletivo das universidades federais (mais informações nesta página). Cálculo preliminar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) aponta, no entanto, que essa previsão de inscrições engloba só parte dos 18,6 milhões que poderiam prestar o exame. Isso porque, nesse universo estão incluídos jovens que vão concluir o ensino médio na escola regular e na Educação de Jovens e Adultos; aqueles que fazem cursinhos e pré-vestibulares, além da população de até 32 anos que já concluiu o ensino médio, mas não entrou na universidade. Com 10% da população de 18 a 24 anos no ensino superior, o Brasil tem uma enorme defasagem nessa área. O cálculo do Inep aponta que chega a 14,7 milhões o número de brasileiros com ensino médio e sem o superior. Outros 2,65 milhões estão concluindo o médio. A nota do Enem também é empregada na classificação do Programa Universidade para Todos (Prouni). O MEC acredita que tem condições de lidar com uma prova para até cerca de 8 milhões de alunos, mas, mesmo assim, será preciso aumentar o número de municípios onde as provas são realizadas, hoje em 1.600. Essa ampliação pode ser facilitada pela decisão divulgada anteontem de tornar obrigatório o Enem na rede pública de ensino de todo o País. Os secretários estaduais e o MEC discutem agora como se daria essa obrigatoriedade - se por meio de uma lei (a ser aprovada pelo Congresso) ou por adesão dos governos estaduais. Aderindo, o Estado terá que se encarregar do transporte dos candidatos até os locais de prova. A expectativa do MEC e do Conselho de Secretários Estaduais da Educação é da adesão de praticamente todos os Estados. Outra dúvida é se a aplicação do Enem como prova certificadora do ensino médio incluirá todos os formandos ou será gradual. "O ministro nos fez a proposta e concordamos, o que não quer dizer que acontecerá neste ano ou no próximo", afirma Maria Auxiliadora Seabra Rezende, presidente do Consed e secretária do Tocantins. Segundo a secretária, uma das possibilidades é que essa universalização seja gradativa. "Podemos fazer para uma parte dos alunos, depois ir aumentando o porcentual ao longo dos anos", explica. Os detalhes para implementação da proposta serão discutidos nos próximos meses.

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