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Igreja africana abre filial no País

Denominação pentecostal já preocupa o Vaticano

Por Jamil Chade e GENEBRA
Atualização:

Não são apenas as Igrejas pentecostais latino-americanas que ganham espaço entre o rebanho católico e preocupam o Vaticano. Neste mês, a Igreja Bom Deus da Angola anunciou que irá se instalar no Brasil, expandindo sua atuação para fora da África, onde surgiu. No continente africano, estudos já apontam que as Igrejas pentecostais vão superar a Igreja Católica em número de fieis até 2030. A Igreja - oficialmente chamada de Igreja de Fraternidade Evangélica Pentecostes na África em Angola - foi criada em 1981 pelos religiosos Simão Lutumba e Manuel Dimbele, em Luanda. Hoje já conta com mais de 200 mil membros em todo o país. No Brasil, a Igreja estima já ter cem fieis, mas acredita que poderá ampliar de forma rápida seus membros. Uma sede deve começar a ser construída nos próximos meses. Na África, os líderes da Igreja da Fraternidade vêm percorrendo o interior dos países de língua portuguesa em campanhas de evangelização. O religioso Lutumba já se tornou uma importante personalidade no País, promovendo cursos de capacitação para famílias pobres e, principalmente, ajudando mulheres a encontrar trabalho. Somente em Luanda, a Igreja conta com mais de 70 pastores, além de clínicas para a população carente. Uma universidade ainda foi construída e atende mil alunos com cursos de Ciências Sociais, Psicologia, Sociologia e Administração de Empresas. Estudos do Pew Research Center apontam que o movimento pentecostal conta com 20 mil locais de culto apenas na África. Um pouco mais de 30% da população do Quênia participa dessas seitas, 18% da Nigéria e 10% da África do Sul. Assim como no Brasil, alguns fundadores das Igrejas pentecostais na África são conhecidos por suas fortunas. Esse é o caso de David Oyedepo, criador da Winner?s Church (Igreja dos Vencedores), de Lagos, na Nigéria. Lá, já são 3,9 milhões de adeptos às Igrejas pentecostais, ante 24 milhões no Brasil.

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