Hospital troca mulheres vítimas de derrame

Uma morreu e teria sido enterrada no lugar da outra, que ficou sob cuidados da família da 1.ª

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Por Pedro Dantas
Atualização:

A troca de registros de duas pacientes idosas no Pronto-Socorro Geral de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, envolveu as famílias em um curioso drama. Ambas foram internadas na unidade pública, após sofrerem um derrame. Uma delas, Wilma Maria Caboclo Fernandes, de 57 anos, morreu, mas foi enterrada pela família da paciente Maria Rita Alves dos Santos, de 54 anos. Maria Rita, por sua vez, foi levada para a casa de familiares de Wilma Maria com uma suposta perda de memória. As famílias não reconheceram as pacientes, mas foram repreendidas por funcionários do hospital, que atribuíram a mudança da fisionomia ao derrame. Wilma Maria foi enterrada com o nome de Maria Rita no dia 29 de dezembro. A verdadeira Maria Rita teve alta no dia 20 de março. Dias após recuperar a consciência, ela confirmou à filha de Wilma Maria, Luciana Caboclo, que não era sua mãe, pois sua filha tinha outro nome. Então ela deu o endereço do irmão em Alagoas. Após fazer o contato, Luciana descobriu que os familiares enterraram outra mulher em seu lugar, por engano. "Acredito que minha mãe foi enterrada no lugar dela. No hospital, argumentei que não era minha mãe e a enfermeira brigou: ?Que vergonha, não reconhece a própria mãe?. Em casa, antes mesmo de ela recobrar a consciência, meu marido já tinha certeza, pois minha mãe usava dentadura e ela (Maria Rita) não usa", explicou Luciana. A família de Wilma Maria pedirá a exumação do corpo que foi enterrado com o nome de Maria Rita para ter certeza da identificação e já anunciou que processará o hospital. A Secretaria da Saúde de São Gonçalo informou que abriu uma sindicância para apurar o que aconteceu. Caso seja constatada negligência, os responsáveis serão punidos. VISITA PROIBIDA Segundo reportagem da Rede Globo, o genro de Maria Rita, o marceneiro Marcos Henrique, diz que o Pronto-Socorro Geral de São Gonçalo impediu que os familiares a visitassem. "A gente ia visitar, mas só pode ver uma vez, depois não podia mais. O hospital não deixava", disse ele, que não recebeu explicação a respeito da restrição.

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