HC incentiva devolução de remédios que sobram

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Por Karina Toledo
Atualização:

O Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo realiza campanha para incentivar seus pacientes a devolver medicamentos que, por algum motivo, deixaram de ser consumidos durante o tratamento. Além de combater a automedicação, a iniciativa visa a evitar danos ambientais causados pelo descarte inadequado e otimizar recursos com o reaproveitamento da droga. Nos quatro primeiros meses, a economia foi de R$ 120 mil. Os recursos serão revertidos em melhorias no hospital. "Com R$ 30 mil poupados em um mês é possível comprar um respirador para a UTI", diz o diretor do Instituto Central, Carlos Suslik. Mas ele ressalta que o objetivo principal não é econômico e sim garantir a segurança dos pacientes. "Se esse medicamento vai para a farmacinha caseira, pode ser ingerido por uma criança ou consumido pelo paciente em outra ocasião, sem orientação." Os remédios devolvidos são avaliados pela equipe farmacêutica do HC, que, após verificar sua integridade, os encaminha a outros pacientes. Os medicamentos rejeitados acabam incinerados. Embora a campanha seja voltada às pessoas em tratamento no HC, toda a população deve estar atenta ao descarte correto de remédios vencidos. "Não existe regulamentação. Recomendamos que, antes de jogar fora, o medicamento seja retirado da embalagem e amassado ou diluído, de forma que seu consumo fique impossibilitado. Orientamos ainda para que não joguem na rede de esgoto. Em um aterro sanitário, o dano ambiental é menor", explica Emiko Fukuda, do Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo. Segundo o vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, Marcelo Polacow, o único meio seguro de evitar a contaminação ambiental é a incineração. "Procuramos sensibilizar as drogarias para que recebam o produto de seus clientes e providenciem o descarte correto, mas isso representa custo."

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