Gripe faz hospital suspender cirurgias

HC de São Paulo e de Campinas adotaram a medida nos últimos dias

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Por Fabiane Leite , Felipe Oda e Tatiana Favaro
Atualização:

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP informou ter suspendido cerca de 15% das cirurgias eletivas ( que não são de emergência) para poder atender casos graves de gripe suína. Segundo a superintendência do HC, as suspensões têm ocorrido nos últimos dias e a unidade do complexo com maior solicitação de leitos é o Instituto Central (IC). O número total de procedimentos eletivos feitos no complexo não foi fornecido. O diretor do IC, Carlos Alberto Suslik, destacou, no entanto, que o porcentual de suspensões tem flutuado e caiu nesta semana. Estão sendo adiadas principalmente cirurgias que requerem UTI (Unidade de Terapia Intensiva) durante a recuperação do paciente. "Nesta semana, acredito, não suspendemos nenhuma", disse. Na semana passada, o IC teve até 25 pessoas internadas com a gripe. Outros grandes hospitais públicos adotaram a medida. Em Campinas, o Hospital de Clínicas da Unicamp cancelou 160 cirurgias eletivas nos últimos 40 dias. Atualmente, dos 400 leitos do hospital, 32 são ocupados por pessoas com o novo vírus. Em Minas, cinco hospitais públicos de Belo Horizonte disponibilizaram para a gripe leitos que seriam usados para cirurgias programadas. Além disso, também está prevista a abertura de leitos na rede privada. A suspensão de cirurgias eletivas havia sido adotada no Paraná, no início deste mês. MÉDICO DOENTE Outro caso de gripe foi detectado em um profissional de saúde, em São Paulo, no ambulatório de oncologia do Instituto do Câncer. Segundo um funcionário do setor, um médico foi afastado por apresentar sintomas que se confirmaram como sendo da gripe suína. Mais quatro profissionais foram afastados nesta semana. A gripe suína foi descartada para três deles. No Hospital Santa Marcelina, uma médica contraiu a gripe, mas ela não atendia os casos suspeitos. Há uma semana, uma auxiliar de enfermagem do Hospital das Clínicas morreu com a gripe. Foi o primeiro caso de morte de um profissional de saúde pela doença. A Secretaria de Estado da Saúde informou que avalia recomendar aos serviços privados e públicos que pessoas gripadas sejam afastadas por sete dias. A medida foi defendida ontem, em reunião na Câmara Municipal.

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