Gestação zen

Pesquisa mostra que uma pausa diária pode trazer muitos benefícios para a gestante e para o bebê

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Por Fabiana Caso
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Um simples ritual de alguns minutos pode colaborar bastante com a qualidade de vida da gestante. Foi o que constatou um estudo conduzido pela Natura, em conjunto com uma equipe multidisciplinar da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e profissionais liberais. Oitenta gestantes foram convidadas a fazer uma automassagem com óleo, seguindo movimentos circulares na barriga, ao som de trilha sonora relaxante. Depois, desfrutaram de um banho. As mulheres grávidas escreveram um diário sobre as sensações e relataram uma série de benefícios. Entre os principais, estão o fortalecimento do vínculo com o bebê, a melhora na qualidade do sono, o resgate da feminilidade e o aumento da autoestima. A pesquisa originou o lançamento do Guia Momento da Descoberta, que vem com o CD e o óleo para a mulher realizar a automassagem. A gerente da área de tecnologia de bem-estar da Natura, Cláudia Pellegrino, coordenou o estudo. "Queríamos estimular todos os sentidos, então desenhamos os movimentos da automassagem, mas também desenvolvemos o CD com trilha sonora relaxante", explica Cláudia. As gestantes não sabiam que tipo de substância estavam usando. "A intenção era ver de que forma as mulheres relatavam as sensações inusitadas." As grávidas passaram por rituais diferentes: apenas o banho, a automassagem antes do banho e, finalmente, as duas etapas ao som do CD. Segundo os relatos, quando faziam as três atividades o nível de bem-estar era maior. "Com a massagem, houve uma sensação de maior satisfação com a vida e de maior vínculo com o bebê." Um porcentual de 75% das gestantes relataram uma alta intensidade de relaxamento e 91% tiveram um sono de melhor qualidade, acordando menos durante à noite. Também contaram que os bebês passaram a se movimentar mais dentro da barriga depois que começaram a praticar o ritual. "A mulher tensa deixa a barriga mais rígida, a musculatura fica contraída. Quando consegue relaxar, o bebê encontra espaço para se mexer mais", fala Cláudia. Entre os acadêmicos que participaram do estudo, está o obstetra Hugo Sabatino, professor da Unicamp. "Na medicina, não existem trabalhos científicos que informem sobre os benefícios de um ritual, por isso esse estudo é importante. Abre caminho para investigar outros processos que deveriam ser levados em conta pela medicina", justifica. "Atualmente, as mulheres estão tão ocupadas que acabam deixando essas coisas de lado. Quando encontram tempo para isso, sentem-se melhor." Apesar de o estudo não ter levantado as razões fisiológicas para a sensação de bem-estar, Hugo acredita que estejam relacionadas à produção de endorfinas. "Temos de fazer uma próxima pesquisa para investigar as causas orgânicas." A dona de casa Cláudia Helena da Silva, de Campinas, participou da pesquisa quando estava na 22ª segunda semana de gestação. Hoje seu filho Lucas já tem 1 ano e 3 meses, mas ela ainda se lembra da sensação. "O momento da automassagem era de consciência da gravidez: uma sensação de conexão mais forte até mesmo do que ver o bebê no ultrassom", conta. "Sentia-me relaxada e dormia mais e melhor nos dias em que fazia a massagem. O sono era mais reparador."

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