PUBLICIDADE

Genéricos alcançam 18% das vendas

Meta de 33% para 2012 pode ser revista pelo Ministério da Saúde

Por Fabiane Leite
Atualização:

Com dez anos de regulamentação do mercado de genéricos, esses medicamentos representam apenas 18% do mercado farmacêutico no País em unidades vendidas, segundo dados apresentados ontem em São Paulo pelas indústrias, em um evento comemorativo. E a meta do Ministério da Saúde de alcançar um terço do mercado até 2012 pode não se realizar por causa de dificuldades como o fim da CPMF (o imposto do cheque que já não vigora mais). Em nações como Estados Unidos e Alemanha, o volume é de 60%. Se por um lado há espaço para que esse mercado cresça, os preços dos genéricos - que hoje equivalem, em média, à metade do valor dos remédios de marca - só devem cair mais se houver aumento da concorrência, opinam especialistas. Os genéricos são cópias das drogas de marca cujas patentes expiraram. Sua regulamentação no País ocorreu em 1999 e determinou que eles deveriam custar no mínimo 35% menos que os de marca. Também devem passar por testes que confirmem sua bioequivalência em relação aos remédios de marca. Em 2000, os primeiros genéricos entraram no mercado brasileiro e hoje o volume de produtos quadruplicou. E são 336 princípios ativos registrados, contra 63 em 2000. De acordo com dados apresentados ontem, os genéricos fizeram os brasileiros economizarem cerca de R$ 11 bilhões nesses dez anos. "Podemos celebrar, é uma criança que tem fôlego para seguir andando", disse Odnir Finotti, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos. Finotti enfatizou o objetivo do setor de alcançar um terço do mercado até 2012, projeção feita no programa estratégico Mais Saúde, do ministério. Mas o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães, advertiu que, com o fim da CPMF, o objetivo terá de ser revisto. Atualmente o SUS é um importante comprador de genéricos, mas, segundo a indústria, os medicamentos similares, que também copiam drogas de marca, mas sem testes de bioequivalência, são preferidos por garantirem melhor preço em licitações públicas. Finotti informou que os preços dos genéricos poderão cair conforme aumentar a concorrência no setor, mas tanto ele como representantes do governo federal enfatizaram que para determinadas camadas da população a política não garantirá acesso e que isso dependerá da manutenção e expansão dos investimentos estatais na distribuição gratuita. NÚMEROS 89% dos genéricos do mercado nacional são desenvolvidos e produzidos no País R$ 3,8 bilhões é quanto a indústria do setor movimenta anualmente 8 remédios são genéricos entre os 10 mais receitados do País

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.