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Fracassa outra reunião sobre clima

Encontro na Itália durou 3 dias e não obteve avanço significativo; EUA dizem que seu compromisso agora é real

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Por Redação
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O diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, afirmou ontem que "diferenças fundamentais" ainda separam os países na negociação de um novo acordo sobre as emissões de dióxido de carbono (CO2), o principal gás causador do efeito estufa. Entenda as negociações sobre mudança climática Seguindo o roteiro que tem predominado nos encontros internacionais sobre o clima, um evento em Siracusa, na Sicília, terminou, após três dias, sem nenhum grande avanço na adoção de um compromisso para enfrentar a mudança climática. Além dos países do G-8 (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Rússia e Canadá, além da anfitriã, Itália), participaram como convidados Brasil, China, Índia, México, Indonésia, África do Sul, Austrália, Coreia do Sul e Egito. Presente à reunião, o ministro brasileiro do Meio Ambiente, Carlos Minc, pediu aos membros do G-8 que reduzam suas emissões de CO2 em 20% até 2017 e em 25% até 2022. Steiner qualificou as discussões na cidade italiana como as "mais francas" que já viu até hoje. Mas a franqueza não foi de grande utilidade, pois as diferenças "continuam sem ser superadas". "Parto de Siracusa muito preocupado", desabafou. "As negociações estão paralisadas por um tipo de síndrome do primeiro passo", declarou a ONG ambientalista Oxfam Internacional. "Nenhum país está disposto a se comprometer, a menos que os outros façam o mesmo." PROMESSA AMERICANA O governo Obama está realmente comprometido com um acordo global para redução na emissão de gases-estufa, diferentemente do governo Bush. Essa foi a mensagem de Todd Stern, enviado especial da Casa Branca para Mudança Climática, que vai liderar a Cúpula de Clima e Energia das Maiores Economias, que começa segunda-feira em Washington. Mas a Casa Branca, ele ressalva, espera que países emergentes também adotem metas específicas de diminuição de emissões e se comprometam com o combate ao desmatamento. "Queremos que esse processo tenha conteúdo real e uma missão real, diferentemente do que ocorria no governo Bush", disse Stern ontem. "O presidente (Obama) está comprometido com o avanço de um programa obrigatório e nós queremos um acordo internacional forte, coisa que o outro governo não queria." A cúpula é mais uma da série de reuniões prévias que tentam, até agora sem sucesso, pavimentar o caminho para a Conferência de Copenhague, em dezembro, na qual será debatido um tratado que suceda o Protocolo de Kyoto.

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