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Febre amarela: 9ª morte confirmada

Vigilante da Federal de Goiás morreu no dia 30; País já registra 18 casos da doença neste ano

Por Ligia Formenti
Atualização:

O Ministério da Saúde confirmou a 9ª morte por febre amarela no Brasil. O paciente, um vigilante que trabalhava na Universidade Federal de Goiás, morreu no dia 30 de dezembro e teve só agora a infecção comprovada por um exame feito pelo Instituto Evandro Chagas. Em dois dias, as notificações de casos suspeitos de febre amarela subiram de 34 para 40. O número de pacientes que tiveram a doença comprovada também aumentou. Passou de 12 para 18, o maior desde 2003, quando houve 64 casos e 23 mortes. No momento,autoridades sanitárias investigam 7 casos suspeitos da doença. A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo informou que uma moradora da zona leste da capital contraiu a doença no Estado de Goiás, durante uma viagem de ecoturismo - recuperada, a mulher deixou o hospital ontem. Dos 18 casos confirmados, 14 foram registrados em Goiás. Embora 18 Estados do País sejam considerados de risco para a doença, Goiás, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Tocantins e oeste de Minas Gerais registram historicamente maior índice de transmissão. Para técnicos do Ministério da Saúde, isso ocorre pela combinação de uma série de fatores. O desmatamento e o aumento das áreas agrícolas nessas regiões obrigam que a população de macacos viva em áreas menores. Essa maior concentração pode facilitar a circulação do vírus transmissor da doença. Além disso, nesses Estados, há maior fluxo de pessoas para áreas de floresta, seja para trabalho, seja para turismo. Por fim, cidades também estão mais próximas de áreas de mata, o que facilita o contato com animais. Embora concentre uma área mais extensa de floresta, o Norte apresenta menor circulação de pessoas. Portanto, é menor o risco de contato com o vírus que circula entre a população de macacos. A forma silvestre da febre amarela atinge o homem de forma acidental. O vírus que provoca a doença afeta populações de macacos, que se contaminam por meio da picada de mosquitos transmissores infectados. Quando o homem não vacinado vai para áreas de mata, ele pode ser picado pelo mosquito transmissor. A forma urbana da doença é transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue. No País, não há registros da forma urbana de febre amarela desde 1942. Pelo boletim do Ministério da Saúde, de dezembro até agora, 9,127 milhões de pessoas foram vacinadas contra febre amarela. Anteontem, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou acreditar que o número de casos da doença tende agora a cair. "Teremos um carnaval tranqüilo", avaliou. "Não há risco de surto. Tivemos um maior número de casos, mas concentrado em algumas regiões." A DOENÇA O que é: Doença infecciosa febril aguda, de duração máxima de 10 dias. Pode matar Transmissão: Ocorre pela picada de mosquitos infectados. Não há transmissão de humano para humano. O tipo silvestre é transmitido pela fêmea dos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. O tipo urbano é transmitido pelo Aedes aegypti, o mesmo da dengue A vacina: É gratuita e está disponível nos postos de saúde. É administrada em dose única a partir dos 9 meses e vale por 10 anos. É dispensável para quem não vai viajar ou não mora em áreas de risco. Sintomas: febre, dor de cabeça e no corpo, náuseas, icterícia e hemorragias. O tratamento apenas controla os sintomas

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