FDA identifica heparina adulterada

A droga foi fabricada na China e vendida para 11 países, diz agência

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Por Nova York
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Autoridades federais americanas anunciaram ter descoberto "vínculo claro" entre a heparina contaminada importada da China e 81 mortes nos Estados Unidos. A heparina é usada para diluir o sangue. Lotes contaminados do medicamento já foram identificados em 11 países. Um alto funcionário da embaixada chinesa nos EUA, Ning Chen, questionou a afirmação e insistiu em que inspetores chineses tenham permissão para vistoriar a fábrica americana responsável por completar os frascos de heparina. "Não temos uma forte evidência mostrando que foi a heparina ou seu contaminante que causou as mortes", afirmou Chen. Segundo ele, os problemas associados à heparina contaminada só haviam ocorrido nos Estados Unidos, o que indicaria que o problema surgiu ali. Janet Woodcock, diretora do centro de drogas do FDA, a agência americana que supervisiona alimentos e remédios, disse que as autoridades reguladoras alemãs descobriram doenças em pacientes de diálise que tomaram a heparina contaminada. Ela disse que as autoridades chinesas haviam admitido que a heparina produzida em seu país continha um contaminante, mas que ele não estava relacionado às doenças. "A heparina simplesmente não pode estar contaminada, não importa se uma contaminação gerou ou não efeitos adversos", disse Janet. "Temos plena confiança de que esse contaminante é capaz de provocar aquelas reações", completou. TENSÃO A disputa é mais um capítulo da crescente tensão entre China e Estados Unidos na arena da segurança das importações. Nos últimos anos, a China exportou uma série de produtos contaminados: pasta de dente, alimentos para animais de estimação, peixes, brinquedos pintados com tinta à base de chumbo, e, agora, um medicamento fundamental para a medicina. Projetos de lei requerendo inspeções mais rigorosas de companhias e produtos chineses estão sendo propostos por membros do Congresso. Na segunda-feira, o FDA enviou carta de advertência à Changzhou, fábrica chinesa identificada como origem da heparina contaminada. A carta advertiu que a empresa usou tanques sujos e riscados para fabricar a droga, aceitava matérias-primas de fornecedores não qualificados e não tinha uma maneira apropriada para retirar impurezas. O contaminante, identificado como sulfato de condroitina supersulfatado, passou despercebido e só foi reconhecido com testes mais sofisticados.

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