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EUA admitem impactos do aquecimento

Efeitos já são sentidos no presente, diz 1.º relatório da gestão Obama

Por AP e WASHINGTON
Atualização:

Um relatório divulgado ontem pela Casa Branca indica que os efeitos perigosos das mudanças climáticas já atingiram os Estados Unidos e vão piorar nos próximos anos. Esse é o primeiro documento do gênero divulgado pela administração Obama, com ênfase não vista nas versões anteriores, da administração Bush. Segundo o relatório, o país sofre com tempestades mais frequentes, aumento da temperatura e do nível dos oceanos, retração de glaciares e alteração em rios. "Já há em certos casos algumas consequências sérias", disse o coautor, Anthony Janetos, da Universidade de Maryland. "Não se trata de algo teórico que acontecerá em 50 anos. (Os efeitos) estão acontecendo agora." O documento - um relatório sobre a situação climática requerido periodicamente pelo Congresso - não traz nenhuma pesquisa nova sobre o assunto. Mas apresenta as informações com uma tinta muito mais forte do que a usada nos últimos anos - o último relatório produzido na administração passada, aliás, só foi divulgado por decisão judicial. Ele serve de base para o documento deste ano. IMPACTOS Os autores estimam que a temperatura média nos Estados Unidos pode ser até 11°C mais alta no fim do século. "Limites serão ultrapassados, o que levará a grandes mudanças no clima e nos ecossistemas", escrevem. Isso inclui, por exemplo, a sobrevivência de espécies. A água - em demasia ou de menos - é um tema recorrente. O sudoeste do país, por exemplo, pode se tornar mais quente e mais seco a ponto de haver uma crise ambiental. Ondas de calor extremo também podem ser mais comuns - ano sim, ano não, e não a cada 20 anos, como hoje. A costa leste americana será bastante afetada pela subida dos oceanos. O conselheiro científico da Casa Branca, John Holdren, disse em um comunicado que o documento mostra a necessidade de o país agir para reduzir o ritmo do aquecimento global. "Ele nos fala por que ações corretivas são necessárias mais cedo em vez de mais tarde." O ex-presidente George W. Bush era contrário a medidas duras de mitigação do problema e mantinha uma posição refratária a qualquer debate sobre aquecimento.

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