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Entre os avaliados, 1/3 tem má qualidade

Engenharias, Tecnologia, Pedagogia e licenciaturas participam de exames

Por Lisandra Paraguassu e BRASÍLIA
Atualização:

Um terço dos cursos avaliados em 2008 pelo MEC pode ser classificado como de má qualidade. Os resultados do Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade) e do Conceito Preliminar de Curso (CPC) mostram que 1.566 cursos ficaram com conceito 1 e 2 e terão de ser supervisionados; cursos com o conceito máximo, 5, são apenas 105. USP e Unicamp não participam da avaliação. O CPC é usado pelo MEC como base para definir quais instituições serão visitadas e poderão manter seus cursos funcionando. O conceito é formado pelos resultados do Enade e por avaliações sobre titulação e regime de trabalho dos professores, infraestrutura e projeto pedagógico. Apenas aquelas com as notas mais baixas (1 e 2) são supervisionadas. Se após a visita tiverem confirmado o conceito ruim, um processo administrativo é aberto. Este ano, foram avaliadas pela segunda vez as áreas de Engenharias, licenciaturas e tecnológicas de Alimentos, Computação e Produção, somando 7.329 cursos. Desses, 2,5 mil ficaram sem conceito por não terem número suficiente de estudantes fazendo a prova. O Estado optou por desconsiderá-los na hora de calcular o porcentual de cursos com notas mais baixas. PÚBLICAS E PRIVADASAs instituições públicas, mais uma vez, dominam a lista de cursos com os melhores conceitos. São 93 notas 5 contra 12 nas privadas. Mas o porcentual de conceitos 1 entre as públicas este ano é maior que nas particulares. Dos 2.519 cursos públicos avaliados, 34 - 1,4% - tiveram a nota mais baixa. Entre as 4.810 privadas, o índice é de 1%. Mas quando se soma o conceito 2, as particulares passam à frente: 23% delas ficaram nessa faixa;das públicas, são 14,6%. Novamente a avaliação mostra uma concentração dos cursos de qualidade: apenas 12 Estados têm escolas com conceito 5, enquanto as notas mais baixas estão distribuídas por todo o País. São Paulo possui o maior número de cursos conceito 5 - 29 (1,7%). Mas é o Rio que tem a maior proporção: são 25 cursos com nota mais alta, o que representa 4,3% das avaliadas.No DF está o maior índice de instituições com CPCs 1 e 2: 40,3% das escolas têm CPC 2 e outras 2,7% têm CPC 1. São 149 cursos no total, a maioria de escolas privadas - o DF tem apenas uma universidade federal, a Universidade de Brasília. Pernambuco também concentra uma grande quantidade de cursos mal avaliados. São 83 - 40,5% das escolas.

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