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Em média, 6 padres são ordenados por ano pelos 3 seminários em São Paulo

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Por Redação
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O cearense Tiago Gurgel, de 37 anos, é médico pediatra. O carioca Luiz Cláudio de Almeida Braga, 32 anos, é jornalista. O paulista Bruno Moreira de Souza Dias, 23, é bacharel em Física com mestrado em Astronomia. Os três são seminaristas e deverão ser padres nos próximos anos - Bruno está estudando Filosofia , Tiago e Luiz Cláudio estão na Faculdade de Teologia. Todos descobriram a vocação depois do ensino médio. Até os mais jovens, como Rafael Henrique Michelon, de 22 anos, que só começou a frequentar a paróquia, na zona leste da capital, aos 14 anos, são admitidos depois do colegial. Rafael passou pelo Seminário Propedêutico (preparatório) no bairro de Nova Cachoeirinha, estágio obrigatório, antes de ir para o Seminário de Filosofia na Freguesia do Ó. Atualmente, é um dos estudantes do Seminário Teológico, no Ipiranga, onde faz o segundo ano. São Paulo tem três casas de formação de padres - o Seminário Propedêutico Nossa Senhora da Assunção, com 20 alunos, o Seminário de Filosofia Santo Cura D?Ars, com 17, e o Seminário Teológico Bom Pastor, com 35. "Temos tido, em média, seis ordenações por ano, número razoável, mas insuficiente", disse o cônego José Miguel de Oliveira, 65 anos, o reitor da Teologia. A disciplina é rígida. Os alunos acordam às 5 horas no Propedêutico e às 6 horas no Seminário Teológico para fazer a oração da manhã, tomar café e sair para as aulas, nas Faculdades Associadas do Ipiranga e na Faculdade Assunção de Teologia. Nos seminários, estudam matérias eclesiásticas e reforçam o aprendizado de grego e latim. Aos sábados e domingos, trabalham no serviço pastoral das paróquias. Os seminaristas têm um diretor espiritual e discutem com os formadores questões importantes para a vocação. Celibato e sexualidade, incluindo homossexualismo e pedofilia, são assuntos debatidos nas reuniões. "Como o celibato é uma exigência e imposição da Igreja, aqueles que não se sentem capazes de assumir o compromisso são aconselhados a deixar o seminário", disse o cônego José Adriano, de 66 anos, reitor do Propedêutico. Os formadores partem da premissa de que o sacerdócio é um sacramento que a Igreja dá a quem julga apto e não um direito do candidato. As desistências são poucas. A avaliação começa no Centro Vocacional Arquidiocesano, na Praça da Sé, onde padre Élio Vigo faz a seleção preliminar. Os candidatos passam por um acompanhamento de um ano, antes de serem encaminhados ao Propedêutico.

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