Em Israel, papa prega convivência pacífica

Bento XVI lembra a importância da família e pede que cristãos e muçulmanos vivam em paz

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Por Daniela Kresch e TEL AVIV
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No penúltimo dia de sua visita à Terra Santa, o papa Bento XVI deixou a política de lado para enfatizar a importância da família e da convivência entre as religiões. Ele celebrou missa para mais de 40 mil fiéis em Nazaré, na Galileia, onde, segundo a tradição cristã, Jesus passou a infância. O pontífice chegou a bordo do papamóvel ao Monte Precipício e foi recebido com entusiasmo pelo público. Na homilia, o papa afirmou que a instituição da família, baseada na fidelidade entre um homem e uma mulher por toda a vida, é sagrada. Para ele, "os homens e as mulheres do nosso tempo precisam retomar essa verdade fundamental, que está nos fundamentos da sociedade". Também encorajou o público a "rejeitar o poder destrutivo do ódio e do preconceito, que mata a alma dos homens antes mesmo de matar seus corpos". Foi uma mensagem destinada especificamente aos moradores de Nazaré, cidade dividida entre muçulmanos e cristãos e que tem sido palco de choques nos últimos anos. Dos 66 mil habitantes, 35% são cristãos e 65%, muçulmanos. "Peço às pessoas de boa vontade de ambas as comunidades que consertem os danos que foram causados e, seguindo nossa crença comum em um só Deus, o Pai da família humana, trabalhem para construir pontes e encontrem uma maneira de coexistir pacificamente", disse Bento XVI. Depois, Bento XVI visitou a Basílica da Anunciação e se reuniu com líderes de diversas religiões. Também foi recebido pelo primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu, num encontro que poderia ter sido tenso. Desde que chegou a Israel, na segunda, Bento XVI defendeu a criação de um Estado palestino, tema que não tem o apoio do premiê. Além disso, em Belém, na Cisjordânia, ele criticou o Muro da Cisjordânia e pediu o fim do bloqueio econômico à Faixa de Gaza. Mas, segundo Netanyahu, a reunião com o papa foi amigável. Nos 15 minutos em que conversaram, o premiê pediu a Bento XVI que condenasse o presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad, que prometeu "limpar do mapa" o Estado Judeu." "Ele respondeu que condena todos os tipos de antissemitismo e ódio contra o Estado de Israel", disse Netanyahu.

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