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Descoberto objeto mais distante do universo

Satélite detectou uma explosão de raios gama que teria ocorrido há 13 bilhões de anos

Por Herton Escobar
Atualização:

Astrônomos de diversos países conseguiram observar o objeto mais distante (e antigo) do universo conhecido: uma explosão de raios gama ocorrida há aproximadamente 13 bilhões de anos - "apenas" 600 milhões de anos após o Big Bang. O evento foi comunicado ontem pela Nasa e pela Organização Europeia para Pesquisa Astronômica no Hemisfério Sul (ESO). "Trata-se da explosão de raios gama mais remota já detectada, além de ser também o objeto mais distante já descoberto", disse o astrônomo Nial Tanvir, que liderou a equipe de cientistas que fez as observações com o Very Large Telescope (VLT), da ESO, no Observatório de Cerro Paranal, no norte do Chile. As explosões de raios gama são os eventos mais luminosos e energéticos do universo. A maioria delas ocorre quando uma grande estrela fica "sem combustível" e entra em colapso, transformando-se em um buraco negro ou uma estrela de nêutrons. A detecção inicial foi feita pelo satélite Swift, da Nasa, que observou uma explosão de raios gama de dez segundos na Constelação de Leão. Dado o alerta do espaço, telescópios em terra foram rapidamente acionados para observar a explosão - que, durante um período, pode ser vista em outras frequências do espectro luminoso. As observações permitiram estabelecer a maior distância já observada até hoje em um objeto cósmico. O recorde anterior era de uma outra explosão de raios gama, 190 milhões de anos-luz mais próxima (e jovem). Como a luz se movimenta a uma velocidade finita, olhar mais longe significa retroceder no tempo. Os cientistas calculam que a explosão tenha ocorrido a 13 bilhões de anos-luz da Terra, o que significa, por tabela, que ela ocorreu 13 bilhões de anos atrás - mas sua luz só chegou à Terra agora. Naquele momento, o universo tinha menos de 5% da sua idade atual. "Agora podemos ter certeza de que explosões ainda mais remotas serão descobertas no futuro, o que abrirá uma janela no estudo das primeiras estrelas", afirmou Tanvir, em comunicado de imprensa distribuído pela ESO. REUTERS, AFP E EFE

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