O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou ontem a queda de quase 40% no número de registros de casos de dengue no Brasil nas cinco primeiras semanas de 2008 em relação ao mesmo período do ano passado. Em janeiro e na primeira semana de fevereiro, foram notificados em todo o País 32.122 casos de dengue. Uma redução de 39,65% em relação ao número de 2007, que foi de 53.224. Os dados só contrastam com os do Rio, que registrou um aumento de 117,2% no número de casos neste ano. Foram 8.486 notificações em 2008. Das 14 mortes por dengue hemorrágica registradas no País neste ano - mesmo patamar de janeiro de 2007 -, 10 foram registradas no Rio. O Estado foi o grande vilão da estatística da dengue. Se fosse excluído do cálculo, a queda nacional do número de infectados seria de 55%. Além do Rio, o Ministério da Saúde identificou aumento no número de casos na Região Norte. Foram 8.231 registros de dengue neste ano, 54,57% a mais do que em 2007. Em São Paulo, a redução de doentes foi significativa: 94,59%. Foram apenas 254 casos no início deste ano, contra 4.694 em 2007. No Centro-Oeste, que no ano passado sofreu com uma epidemia de dengue, a queda foi a mais acentuada: 81,12%. Apesar de o ministério ter concentrado esforços no Rio para combater o mosquito transmissor da dengue antes dos Jogos Pan-Americanos, o ministro reconheceu que as políticas adotadas não foram bem-sucedidas, principalmente na capital. De 10 mortes por dengue hemorrágica no Estado, 9 aconteceram na capital. DESDÉM Temporão minimizou a preocupação de pesquisadores com a ameaça de expansão do vírus da febre amarela silvestre por meio do mosquito Aedes albopictus. Para ele, a pesquisa é "especulativa". "Cabeça de pesquisador e barriga de mulher grávida a gente não sabe o que vai sair", disse. Ontem, uma morte por febre amarela foi confirmada no Distrito Federal, além de mais um caso da doença em Goiás.