Crise na UTI dos maiores hospitais de Campo Grande

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Por João Naves
Atualização:

Campo Grande - Os médicos dos três maiores hospitais de Mato Grosso do Sul estão sendo obrigados a tomar uma decisão difícil: com pouquíssimas vagas em unidades de terapia intensiva, eles precisam escolher qual paciente terá direito a um leito no CTI e, assim, mais chance de sobrevivência. A afirmação é do presidente do Conselho Regional de Medicina, Sérgio Renato de Almeida Couto, baseada em relatórios da comissão de ética médica dos hospitais Universitário, Regional e Santa Casa, de Campo Grande. Couto explicou que Campo Grande oferece atendimento de alta complexidade em urgência, emergência e terapia intensiva para os 79 municípios do Estado. Na Santa Casa, por exemplo, são atendidos mensalmente 476 casos que necessitam de UTI, mas o local tem apenas 18 leitos. "O resultado é um aumento nas mortes, mas não posso revelar o número. Os três hospitais estão com problemas graves, principalmente de superlotação." O médico disse que encaminhou há dois meses cópias das denúncias para o Ministério Público Estadual e Federal e para a Secretaria Estadual de Saúde, e nada aconteceu. Ontem, o conselho publicou anúncio nos principais jornais do Estado e convocou uma entrevista coletiva, para explicar a situação. Os principais problemas apontados pela comissão médica dos três hospitais são: centros de terapia intensiva superlotados, pouco espaço para acomodação de pacientes acidentados e redução no número de leitos do setor de ginecologia e obstetrícia. O relatório da comissão de ética médica da Santa Casa revela que "a sala de emergência chegou a ter sete pacientes entubados e em ventilação mecânica, à espera de vaga em CTI".

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