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Conselho paulista abre 51 processos contra médico

Por Fabiane Leite
Atualização:

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) decidiu, na última sexta-feira, abrir 51 processos ético-profissionais contra o especialista em reprodução humana Roger Abdelmassih, indiciado em junho pela polícia por estupro e atentado violento ao pudor contra pacientes. Cada uma das apurações corresponde a uma das mulheres que afirmaram ao conselho, que regula as atividades da classe, terem sido vítimas do profissional. Um dos advogados de Abdelmassih, Flávio Yarshell, disse desconhecer a decisão e que por isso não poderia comentá-la. O especialista e seus defensores negam todas as acusações. Por maioria de votos, o Cremesp refutou proposta de interdição cautelar do registro profissional do especialista, o que suspenderia imediatamente seu direito de clinicar. A proposta foi afastada porque os conselheiros entenderam que ela não cumpria todos os requisitos legais previstos, entre eles a necessidade de existência de "prova inequívoca" e de evidências de "dano irreparável". "Se houver novos fatos, poderemos reconsiderar a interdição cautelar", afirmou, porém, o vice-presidente do órgão de classe, Renato Azevedo, que prevê que os processos durem, no mínimo, seis meses. "Não posso deixar de considerar que a decisão teve contornos corporativistas. Mas também não posso deixar de valorizar a abertura dos processos", disse o promotor Luiz Dal Poz, que cuida do caso. O Cremesp não forneceu informações sobre os processos, alegando que a legislação exige sigilo.

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