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Conselho de SP condenou médico

Pena foi aplicada por relacionamento indevido com laboratório e farmácia

Por Fabiane Leite e Emilio Sant'Anna
Atualização:

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) condenou o médico Roger Abdelmassih por infração ao artigo 98 do código de ética médica, que trata de relacionamentos indevidos com laboratórios farmacêuticos e farmácias. O processo começou em 2002, após denúncia de uma paciente que também levou ao conselho o caso de uma suposta violência sexual, que teria ocorrido em 1997, acusação arquivada por falta de provas, conforme o Estado apurou. O médico é investigado atualmente pela polícia e pelo Ministério Público por suposto abuso sexual. Um total de 33 mulheres já procuraram as autoridades. Outras seis apurações sobre suposta propaganda indevida tramitam contra Abdelmassih no conselho. O órgão confirmou as informações, mas disse não poder dar detalhes da condenação nem das apurações porque elas são sigilosas. A advertência ainda não foi realizada porque Abdelmassih recorreu da punição ao Conselho Federal de Medicina. O artigo 98 do código veta relações de dependência e interação com empresas farmacêuticas . O presidente do Cremesp, Henrique Carlos Gonçalves, afirmou ontem que é possível que o órgão peça a suspensão cautelar do registro do médico em razão das acusações de atentado ao pudor. Para isso, aguarda receber os depoimentos das mulheres que procuraram as autoridades. O órgão decidiu abrir processos de apuração separados para cada mulher, com o objetivo de preservar a identidade das supostas vítimas. "O conjunto será analisado. É uma situação diferente, agora são dezenas de mulheres que falaram e as histórias são as mesmas, o script é o mesmo", comentou Gonçalves, que esteve reunido com promotores que apuram as acusações. Adriano Vanni, advogado do médico, afirmou que Abdelmassih "nega com veemência" todas as acusações de violência sexual e confia que todas as investigações, entre elas a do Cremesp, "vão comprovar a sua inocência". "O dr. Roger Abdelmassih é o maior interessado na elucidação total dos fatos e lamenta o fato de a sua defesa não ter obtido, até agora, acesso integral ao inquérito policial". A defesa informou que só deverá comentar hoje as demais investigações.

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