Como curar o joelho treinando

Equipe multidisciplinar realiza diagnóstico para atletas, amadores ou profissionais, e alia tratamento dos trigger points com fortalecimento muscular, para uma recuperação eficaz

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Por Agencia Estado
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É o gramado, a chuteira, a zica da torcida adversária , o destino. O motivo exato ninguém sabe, mas a cada rodada dos campeonatos regionais vêm tombando em campo alguns jogadores, a maioria vitimada pelo mesmo drama: ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho, lesão que tirou recentemente de cena o atacante do Corinthians Nilmar; Alemão, do Palmeiras; Kerlon, do Cruzeiro e Obina, do Flamengo. Foi também jogando bola que o pediatra Antônio Carlos de Siqueira estourou o joelho mais de uma vez. Adivinhe? Lá se foi o ligamento cruzado anterior. Segundo pesquisas científicas, nos Estados Unidos ocorrem em média cem mil lesões do ligamento cruzado anterior do joelho por ano. E, no Brasil, só o médico Rene Abdalla, ortopedista do HCor - Hospital do Coração, em São Paulo, opera cerca de 180 lesões por ano. ´É seguramente a lesão mais freqüente encontrada em esportistas´, enfatiza Abdalla. Um estudo da Universidade de Sidney (Austrália) indica que 12% das pessoas que sofrem lesão do LCA reincidem no trauma num período de até 5 anos. ´Em alguns casos há fatores genéticos que influenciam para que a lesão do LCA aconteça nos dois joelhos´, explica o médico ortopedista Ari Zecker, cirurgião de joelho e especialista em medicina esportiva pela Unifesp. Em vez de operar o joelho doente, Siqueira, o boleiro de fim de semana e ex-atleta de competição de karatê (esporte que pratica desde menino e do qual já foi campeão paulista), está nas mãos da equipe multidisciplinar Favale Físico-Saúde, que reabilita o atleta com exercícios específicos para cada caso. O tratamento da lesão é feito em parceria com o fisiatra José Eduardo Fukugawa, que trabalha com desativação de pontos gatilho por meio de ondas (veja abaixo). Especialista em biomecânica do movimento, Wagner Favale comanda os profissionais envolvidos no diagnóstico e recuperação dos atletas. Anderson Oliveira, que integrou a equipe brasileira de atletismo, é quem reeduca os ´avariados´ a andar. ´Muitas vezes é preciso mudar a marcha´, explica. Paralelamente, há exercícios de propiocepção, para ensinar quais estímulos são necessários para não sobrecarregar a área lesionada. ´Nós buscamos o equilíbrio muscular, feito com exercícios multi articulares. A reabilitação é feita com treinamento´, diz Favale. Mas dá para curar um joelho ´bichado´? ´É possível aumentar a vida útil da prática de atividade física, sem dúvida.´ Siqueira, meu caro, você tem salvação.

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